Letra Financeira: o que é esse tipo de investimento e como funciona?

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Letra Financeira: o que é esse tipo de investimento e como funciona?

Dentro do mercado de investimentos, podemos encontrar diversas opções de títulos que são emitidos por instituições financeiras, como é o caso da chamada letra financeira.

Por sua vez, a letra financeira é um tipo de investimento que possui uma rentabilidade melhor do que outras aplicações que se encaixam dentro da mesma modalidade.

O que é a Letra Financeira?

Letra Financeira (LF) é o nome de um tipo de investimento o qual os papéis são emitidos por instituições financeiras com uma intenção: captar riquezas a longo prazo.

Em outras palavras, é possível entender esse tipo de investimento como uma forma de empréstimo, uma vez que quem investe em LF está emprestando dinheiro para bancos, por exemplo.

Assim, o montante que a pessoa receberá será por esse empréstimo feito.

Além disso, existem outros pontos específicos sobre esse tipo de investimento que devemos conhecer, como:

  1. ele é um título de renda fixa;
  2. o valor mínimo para investimento é no valor de R$150 mil; e
  3. o prazo de investimento mínimo é de dois anos, chamada de sênior, ou então cinco anos, sendo a chamada letra financeira subordinada.

Vale pontuar, porém, que a diferença para a subordinada, além dos cinco anos mínimos, é um investimento inicial de R$300 mil.

E dentro das subordinadas, existe uma modalidade complementar onde encontramos a letra financeira perpétua, que, diferente das outras duas, possui um prazo mínimo perpétuo.

Como mencionamos anteriormente, esse tipo de investimento possui uma rentabilidade superior a outros tipos de investimentos de renda fixa, sendo essa, também, uma de suas características. Por isso, a LF tem sido cada vez mais buscada por investidores.

Como funciona a Letra Financeira?

Para explicar sobre como funciona essa modalidade de investimento, vamos seguir falando sobre o rendimento da letra financeira.

O rendimento das Letras Financeiras é atrelado ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é pós-fixado.

Porém, também existe a possibilidade de que ele seja feito de forma prefixada, o que quer dizer que quem realiza a aplicação já sabe qual será o retorno do investimento.

Imposto de Renda

Mas a letra financeira é isenta de IR?

Essa forma de investimento tem uma tributação de 15% do Imposto de Renda, que é, inclusive, a menor taxa entre as aplicações de renda fixa.

A tributação ocorre da seguinte forma:

  • 22,5% para investimentos de até 180 dias;
  • 20% para aplicações de 181 até 360 dias;
  • 17,5% sobre investimentos com prazo entre 361 e 720 dias; e
  • 15% em aplicações com mais do que 720 dias.

Tendo em vista que o prazo mínimo para esse tipo de investimento é dois anos, normalmente a porcentagem cobrada é a mínima.

Vantagens e desvantagens

Agora elencaremos todas as vantagens e desvantagens que essa forma de aplicação possui.

Como lado positivo, temos:

  1. rentabilidade ligada ao CDI, e maior entre os títulos de renda fixa;
  2. menor incidência de IR;
  3. facilidade para aplicar em bancos e corretoras;
  4. possibilidade de rentabilidade pós-fixada ou prefixada dependendo da instituição; e
  5. sem incidência de outros impostos e tarifas.

Porém, apesar dos pontos bons, existem também algumas desvantagens apresentadas pela LF subordinada e pelas seniores, que são:

  1. investimento mínimo de R$150, fator que limita o acesso a grandes investidores;
  2. não possui proteção do Fundo Garantidor de Crédito, ou seja, se a instituição falir você fica desprotegido; e
  3. possui pelo menos dois anos de vencimento para a aplicação, não existindo a possibilidade de resgatar a aplicação antes desse período.

Assim, para entrar nessa modalidade é necessário possuir, a primeiro momento, um capital elevado.

Por fim, lembre-se de que a letra financeira possui rentabilidade a longo prazo, sendo uma boa opção para o investidor qualificado que quer diversificar aplicações em sua carteira.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).