Produção Puxada: saiba o que é e como o sistema funciona

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Produção Puxada

Conhecida também como pull system, a produção puxada tem características diferenciadas. Conhecê-las sem dúvidas pode oferecer vantagens ao negócio.

Além disso, a produção puxada, diferente do que muitos pensam, não surgiu nos dias atuais. Sua origem é muito mais antiga e desde então é utilizada no mundo inteiro.

O que é produção puxada?

Produção puxada é também conhecida como sistema puxado de produção. Nele, a intenção é sempre fazer o que é necessário e quanto é necessário. Com isso, reduz-se o estoque da empresa.

Além disso, essa filosofia de produção está muito ligada em produzir somente aquilo que o consumidor adquiriu. Uma curiosidade é que esse método surgiu com a Toyota.

Como a marca é considerada pioneira na implementação de pull system, sabe-se que é uma das mais difíceis mudanças a se fazer em uma empresa. Afinal, é algo que depende muito da colaboração geral da fábrica.

Isso porque é preciso que todos os sistemas estejam fluindo de maneira perfeita. A intenção da produção puxada é funcionar de maneira ininterrupta.

Principais tipos de produção puxada

Sendo uma das metodologias do sistema puxado, a produção puxada não se resume somente a um tipo. Logo, ela pode ser considerada uma categoria com três raízes.

Uma das melhores formas de identificar os três tipos de produção puxada é justamente entender seus fundamentos e características. Assim, também fica mais fácil entender qual implementar e porquê.

1. Produção puxada com supermercado

É conhecida também como sistema de reposição ou sistema puxado com supermercado. Esse é o momento em que a empresa se encontra atuando com estoque mínimo.

Por isso, utiliza “supermercado” em sua denominação. Afinal, os supermercados costumam atuar com estoque reduzido.

De qualquer forma, assim que o produto é comprado pelo cliente e não se encontra mais ali, emite-se um cartão conhecido como Kanban. Esse cartão tem a intenção de fazer com que a fábrica produza o produto indicado para que ele seja substituído o mais rápido possível.

2. Produção puxada sequencial

Já nessa categoria de sistema de produção puxada, encontra-se a sua implementação quando há uma variedade muito maior de peças cujas quais precisam ser armazenadas.

Entretanto, nesse caso, é preciso haver um estudo e um planejamento muito maior. Afinal, é preciso saber quais produtos os clientes mais solicitam, já que a intenção é entregá-los a tempo.

3. Produção puxada mista

Dentro desse tipo de pull system, é possível encontrar regras de ambos os tipos de produções puxadas já explicadas anteriormente. Esse tipo de produção aplica-se mais às empresas que utilizam o conceito de Cauda Longa.

Demanda puxada e empurrada

Existe uma diferença entre a demanda puxada e empurrada. Afinal, mesmo que sejam conceitos até semelhantes entre si, existem características (além do nome) que os diferenciam.

Uma vantagem é que suas diferenças não são difíceis de entender. Logicamente, exigem atenção aos detalhes para que não sejam confundidas, principalmente no momento da implementação.

Vejamos mais detalhes em seguida.

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Produção empurrada

A produção empurrada, que é também conhecida em inglês como push system, ocorre conforme previsão de demanda. Não é sobre uma demanda ou comportamento real, mas uma previsão antecipada deste comportamento. Neste caso, são frequentes os “erros de previsão”, gerando estoque.

Portanto, esse modelo de produção tem a intenção de dar início às suas produções antes mesmo da demanda. De qualquer maneira, a produção ainda vai depender de uma ordem já enviada.

Após a ordem ser recebida pelo setor, dá-se início ao sistema de produção. Entretanto, a produção ocorre em lotes de tamanho padrão. Porém, diferente da produção puxada, não há nenhuma relação com a demanda real dos consumidores.

Logo, a demanda prevista é enviada para o setor de produção. Assim, após a produção, os itens são empurrados pelas etapas de fabricação, sem necessidade de repor alguma mercadoria que o consumidor já tenha solicitado ou comprado.

Não há, por assim dizer, benefícios na produção empurrada. Mas podemos notar certas vantagens nesse estilo de produção.

Quando se tem a criação de estoque de produto terminado, é possível atender seu cliente prontamente, já que seu produto já está pronto para ser entregue.

Da mesma forma, quando se produz para manter em estoque, torna-se mais fácil escolher os melhores produtos para entregar ao cliente.

Isso não necessariamente quer dizer que o atendimento à qualidade é melhor, mas que há, simplesmente, desperdício suficiente para cobrir qualquer defeito, uma vez que há estoque para substituir o produto.

Este tipo de produção costuma ser presente em alguns tipos de indústrias que têm suas matérias-primas já adquiridas por um longo período, sem relação com a demanda do cliente. Exemplo disso são as indústrias alimentícias de produtos lácteos.

Produção puxada

Mesmo já tendo sido explicado anteriormente, é válido comparar a produção puxada com a produção empurrada.

Diferente do que ocorre na produção empurrada, a produção puxada é muito mais dinâmica em relação às demandas solicitadas.

Além disso, deve possuir um sistema de controle Kanban muito mais eficaz. Importante citar que a produção puxada colabora muito para que os excessos sejam evitados.

No entanto, para operar nesse tipo de produção, é altamente indicado estar atento ao lead time. Afinal, ele precisa bater números recordes de registro e saída de pedidos.

Logicamente, quando consegue ser implementada de maneira correta e adequada, nota-se uma série de vantagens. Entre elas, por exemplo, está a possibilidade de flexibilizar de melhor forma a produção, além de estabelecer maior confiabilidade do sistema.

Por que o pull system é tão utilizado atualmente?

O pull system é uma das formas mais adequadas de fazer isso, já que seu principal objetivo é a redução de estoques de produtos terminados, pois são feitos de acordo com a demanda real do cliente.

Podemos entender os benefícios deste modelo de produção com um exemplo prático.

Quando vamos ao Mc’Donalds, ou qualquer outro restaurante no estilo de fast food, não há um estoque de produtos esperando para serem solicitados pelo cliente.

Do contrário, o sistema de produção puxado pressupõe que todos os trabalhadores estejam a postos, com ferramentas suficientes para, quando solicitados, entrarem em ação, no menor tempo possível.

O cliente aceita esperar cerca de 5 minutos — e não mais do que isso — para receber um produto quente e fresco, ao invés de um produto que já estava na prateleira o aguardando por horas.

E esta é a figura do pull system: um processo de produção que funciona de acordo com a demanda do cliente, e não para abastecer um estoque e aguardar pelo cliente.

Por outro lado, a figura da produção empurrada pode ser uma imagem recorrente há alguns anos nos pátios de montadoras de veículos, com inúmeros carros parados devido à baixa das vendas.

Ou seja, são inúmeras horas, toneladas de materiais que foram utilizados para ficarem parados, sem gerar receita para a empresa.

Assim, a produção empurrada não traz benefícios claros para o negócio, enquanto a produção puxada colabora para maior foco voltado para atividades que realmente demandam atenção e tempo de todos, além de eliminar desperdícios.

Diego Souza
Diego Souza
Diego Souza é Engenheiro de Produção, especialista em Gestão de Processos. Atua em indústrias na área de Excelência Operacional há 7 anos, com experiência em treinamentos e orientações de líderes de projetos com foco em resultados tangíveis. Tem formação como Lean Six Sigma Black Belt e utiliza ferramentas quantitativas e qualitativas de forma prática no dia a dia para suportar a tomada de decisão. No Certifiquei, tem como missão difundir os métodos de solução de problemas para contribuir com a formação profissional dos alunos, auxiliando-os alcançar um novo nível em suas carreiras.