Top-down: conheça esse conceito da análise fundamentalista

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Top-down: conheça esse conceito da análise fundamentalista

O mercado financeiro é um campo marcado por diversas formas de pensamento, teorias e métodos, no momento de se investir. Portanto, ter entendimento delas é parte essencial da jornada desses profissionais. E entre as teorias e práticas existentes, o método top-down merece destaque.

Afinal, a metodologia top-down é utilizada com frequência entre Analistas de Valores Mobiliários que têm suas práticas voltadas à análise fundamentalista.

O que é top-down

O método top-down é uma análise realizada a partir de fatores macroeconômicos, passando pelo entendimento de setores da economia e finalizando no estudo sobre os balanços financeiros de um negócio. Ou seja, tem início no “macro” e se aprofunda no “micro” no final.

Como já dissemos, o top-down, junto do bottom-up, é a metodologia mais utilizada por investidores que levam em consideração os conceitos fundamentalistas em suas análises.

Também é importante reforçar que esse método geralmente é utilizado quando o investidor não tem foco em nenhuma ação específica.

Ou seja, o investidor está na busca por um negócio para se investir, para isso ele começa a analisar a partir do “macro”.

Análise fundamentalista

A análise fundamentalista é uma ferramenta de investimento que foi “criada” por Benjamin Graham, um dos investidores de maior sucesso da história, no início do século XX.

Posteriormente, essa metodologia se tornou a principal ferramenta adotada por Warren Buffett, considerado por muitos o maior investidor de todos os tempos.

Assim, a análise fundamentalista se tornou de grande relevância para a história do mercado financeiro e para os seus investidores e agentes.

Não à toa, ela é uma das práticas mais utilizadas por quem busca investir no longo prazo.

Afinal sua ideia consiste em traçar passos que possibilitem ao investidor chegar ao valor mais próximo que um ativo tem. Ou seja, entender qual é o valor mais justo e vantajoso a se pagar por um título.

Portanto, se torna importante entender os seguintes passos quando vai se usar a metodologia top-down na análise fundamentalista:

  1. fazer um mapeamento da economia de um modo geral e como ela pode afetar no investimento;
  2. analisar o contexto econômico do setor no qual a empresa está inserida;
  3. selecionar empresas e analisar os balanços disponibilizados por elas;
  4. entender como esse valor deve oscilar ao longo do tempo.

Geralmente são levado em consideração os seguintes indicadores financeiros no momento de se analisar um negócio por essa ótica:

  • Balanço patrimonial;
  • Demonstrativo de fluxo de caixa;
  • Demonstrativo de resultado do exercício.

Assim, é possível entender como está a saúde financeira de uma empresa e o que esperar do investimento no médio e longo prazo. Além de evitar riscos e se preparar para oscilações.

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Como realizar uma análise top-down

TOP-DOWN: saiba tudo sobre esse importante método de investimentos

Na análise top-down são analisados fatores macroeconômicos como:

  • Dívida pública;
  • Balança comercial;
  • Orçamento estipulado pelo Estado;
  • Déficit e superávit;
  • Medidores de impostos;
  • Diplomacia;
  • Instabilidades políticas.

Portanto, o investidor terá que ter um amplo conhecimento sobre a economia nacional e global. Assim, se manter informado sobre as principais notícias políticas e econômicas é fundamental aos investidores que seguem esse caminho.

Desde uma guerra econômica entre potências, até uma leve variação no preço de uma commodity têm impacto em toda economia.

Do mesmo modo, o “micro” também é de extrema relevância na análise. Afinal, boas oportunidades de investimentos podem ser deixadas de lado caso o investidor não tenha cuidado com essa parte.

Assim, o investidor perceberá os segmentos da economia que têm projeção de crescimento, e as áreas que representam maior risco.

Após a definição do segmento em que se investirá, o investidor deve comparar as empresas deste setor que negociam suas ações na bolsa de valores.

Feito isso, é possível se aprofundar nos balanços financeiros das empresas escolhidas.

Impacto do ciclo econômico para o top-down

Utilizando o método top-down é possível investir em praticamente todas as ações disponíveis no mercado, indo desde empresas do agronegócio, até startups de biomedicina.

Mas entender como funciona o ciclo econômico do país pode ser de suma importância nesse contexto. Esse ciclo é dividido:

  • Crescimento;
  • Pico;
  • Contração;
  • Ponto de virada.

Crescimento

A alta da economia nacional afeta direta e indiretamente todos os setores da sociedade.

Ou seja, como o Produto Interno Bruto (PIB) está em em um movimento de crescimento, é possível encontrar bons segmentos para se investir.

O investidor deve entender as possibilidades apresentadas nesse contexto.

Pico

Como o próprio nome indica, o pico é o melhor momento financeiro vivido pela economia, ou seja, quando vendas e produção estão “a todo vapor”.

O investidor deve saber aproveitar esse momento, seja isso feito na venda de ativos ou na espera de proventos.

Contração

É quando a euforia econômica passa e ocorre um declínio econômico do país, sendo que essa baixa pode ser abrupta ou leve.

Dessa forma, cabe ao investidor ter “calma” em momentos assim, afinal oscilações econômicas são naturais no curto prazo.

Em épocas de contração econômica também é possível achar investimentos interessantes.

Ponto de virada

A economia, normalmente, funciona como um ciclo. Por isso, após o momento de baixa existe o ponto de virada, isto é, o momento em que os índices econômicos voltam a apontar uma alta.

Novamente, cabe ao investidor encontrar boas ações e bons negócios para aproveitar este momento.

Em conclusão, todas essas fases macroeconômicas impactam diretamente na utilização no top-down em uma análise fundamentalista. Assim, é essencial ao investidor saber “reagir” sabiamente nesses momentos.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).