Data driven: saiba o que é e veja sua relação com a LGPD

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Data driven

Em um mundo cada vez mais conectado e com os negócios online em franca expansão, trabalhar com inteligência de dados se tornou fundamental. É por isso que o conceito de data driven é cada vez mais indicado como forma de guiar o empreendedor ao sucesso.

Afinal, se no passado os negócios eram muito baseados na intuição, atualmente uma boa estratégia de vendas de produtos e serviços passa por conhecer bem o cliente. E uma maneira eficaz de se fazer isso é utilizando ao máximo o potencial data driven. Mas, em especial a partir deste ano, sem esquecer as obrigações impostas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

O que é data driven?

Data driven é uma expressão utilizada para se referir a processos guiados por dados – essa, aliás, é a tradução livre para a expressão.

Os dados são organizados através da coleta e da análise de informações. Essas informações, por sua vez, são obtidas através de formulários, dados de navegação, contato de novos clientes, entre outros. Todas elas são estruturadas naquilo que você provavelmente já ouviu falar: big data.

A utilização do data driven em negócios é cada vez mais comum e importante. Isso porque, com base nos dados, é possível tomar medidas e estratégias mais efetivas. Basta, para isso, se orientar a partir dos interesses efetivos dos clientes, e não apenas na intuição.

Com um data driven bem organizado, você consegue responder a uma série de questões. Entre as mais importantes, estão:

  • O que o seu cliente realmente deseja?
  • Quando ele pretende adquirir?
  • Por qual razão?

Além disso, é possível avaliar os reais hábitos de consumo e quanto o cliente está disposto a gastar por isso. Tudo baseado em informações consistentes.

Uma questão muito importante, porém, ganhou ainda mais relevância este ano. Como trabalhar os dados em meio à entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)?

E o que é a LGPD?

Em primeiro lugar, precisamos ter claro o que é a LGPD.

A Lei Geral de Proteção de Dados trata do uso, da proteção e da transferência de dados pessoais no Brasil, tanto no meio digital quanto no físico. Em resumo, ela exige que haja transparência no uso dessas informações, além da expressa autorização do titular.

Entre as necessidades básicas criadas pela nova lei, está a melhor gestão das informações. Empresas que detêm dados pessoais precisam adotar medidas de prevenção, ter certificações, elaborar planos de contingência e informar ao órgão competente e até mesmo às pessoas caso haja vazamentos.

Além disso, a própria coleta de informações precisa ficar mais clara. Você deve ter percebido que, nos últimos meses, praticamente todos os sites que você visita exibem um aviso em que pedem sua autorização para coletar “cookies”. Antes, isso frequentemente era feito sem que você sequer soubesse.

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Data driven e a LGPD

Agora que você já sabe o que são esses dois conceitos, fica mais claro compreender a relação entre eles. E podemos dizer que a criação da lei não atrapalha em nada o trabalho de coleta de dados, apenas o torna mais transparente.

Tanto é assim que mais de 120 países já possuíam leis semelhantes antes mesmo do Brasil. Aliás, isso só mostra que o país demorou a colocar em prática a sua.

E se mais da metade do planeta já previa o uso consciente dos dados pessoais, e nem por isso as estratégias de marketing data driven foram afetadas, não será diferente por aqui.

O que é preciso fazer são adequações. A compra de listas de dados prontas, por exemplo, já era uma prática que não era indicada antes mesmo da LGPD. Agora, está proibida.

Como montar seu banco de dados?

Como dissemos, a LGPD chegou para trazer mais transparência e maior responsabilidade na gestão de dados. Nesse contexto, trabalhar com o conceito de data driven está longe de ser um problema, mas é preciso ter cuidados especiais.

Dentre eles, estão a coleta responsável de informações, ter uma abordagem clara junto aos clientes e preparar bem sua equipe. Veja:

  1. Coleta de dados: é uma questão de respeito ao cliente e também à lei. Assim, peça sempre o consentimento do seu público para guardar suas informações;
  2. Seja claro: pedir consentimento não é apenas colocar uma opção para que o cliente simplesmente assinale. Deixe claro para que serve, mande e-mails, faça ele interagir. Além de ser transparente, isso irá lhe aproximar do cliente;
  3. Treine sua equipe: mais do que ter cuidado com a forma como você trata seus clientes, é preciso ter cuidado com a própria equipe. Garanta que os conceitos que você pretende implementar estejam ao alcance de todos na empresa.

Considerações finais

Foi-se o tempo em que as estratégias de negócios eram baseadas em intuições ou pequenas amostras de pesquisa. Afinal, com a necessidade cada vez maior de se aplicarem os recursos de forma certeira, empresas que pretendem evoluir nos negócios precisam ter certeza de onde e como investir.

Atualmente, a maneira mais eficiente de se fazer isso é utilizando data driven. A ideia por trás desse conceito é simples: investir na coleta de dados para saber exatamente o que o cliente quer.

Um bom banco de dados permite que se use estratégias de inteligência para avaliar o perfil dos consumidores, suas preferências e seus desejos.

A partir disso, pode-se oferecer produtos e serviços de maneira mais pontual e no momento certo. Assim, os custos diminuem e as receitas têm maiores chances de crescer.

A chegada da Lei Geral de Proteção de Dados, porém, trouxe a necessidade de se ter um cuidado a mais. Agora, mais do que nunca, o conceito data driven precisa andar de mãos dadas com o consentimento.

Montar um bom banco de dados exige clareza com o público e estratégias de interação. Também é preciso ter muito cuidado com a gestão dos dados. A privacidade do usuário deve sempre ser respeitada

É importante, ainda, não esquecer de ter uma equipe bem treinada, que esteja a par das exigências da LGPD e, claro, que saiba explorar ao máximo o potencial data driven.

Carla Batistella
Carla Batistella
Carla Batistella é formada em Redes de computadores e MBA em gestão de projetos pela FGV, atua há 18 anos com tecnologia da informação, sendo os últimos cinco anos com projetos de compliance de segurança da informação. Estuda Privacidade e Proteção de Dados há algum tempo e é DPO EXIN. Atua em diversos projetos, auxiliando os clientes nas adequações de empresas e seus processos e negócios à LGPD.