Data Mart (repositório de dados): entenda como funciona!

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Data Mart (Repositório de Dados): Entenda Como Funciona

Usar o Data Mart para administrar os dados da sua empresa ou departamento, principalmente respeitando as diretrizes da LGPD, pode ser muito mais simples do que usar um Data Warehouse. Afinal, é possível utilizar bancos de dados personalizados para cada área.

A seguir, você entenderá como funciona o Data Mart e como implementá-lo na sua empresa, independente do seu ramo de negócios.

O que é Data Mart?

Data Mart é um banco de dados que abrange uma área de assunto específica e oferece informações detalhadas sobre determinado departamento ou mercado. Assim, podemos defini-lo como um pequeno pedaço do Data Warehouse.

Uma empresa pode optar por criar um banco de dados de duas maneiras:

  1. coletando dados de sistemas transacionais, buscando somente as informações relevantes. Embora esse processo seja mais rápido, ele não leva em consideração o cruzamento de informações;
  2. coletando todos os dados de um Data Warehouse. Apesar de exigir mais tempo, esse processo de criação garante mais precisão e eficiência.

Geralmente, as empresas utilizam o Data Mart para realizar atividades de relatórios e análises de departamentos. Afinal, é possível reduzir drasticamente as chances de erro.

Além disso, como uma das principais características do Data Mart é a especificidade, a sua implementação é muito mais fácil e rápida em comparação ao Data Warehouse.

Essa diferença se deve principalmente ao seu menor tamanho (até 100GB) e ao número de fontes.

Outra vantagem do conceito de Data Mart é que a empresa pode utilizar vários bancos de dados para diferentes áreas. Então, depois pode-se optar por consolidar os Data Marts e criar um Data Warehouse.

Tipos de Data Mart

Conheça, a seguir, os três tipos de Data Mart.

Data Mart dependente

Com ele, a empresa pode combinar todos os seus dados em um Data Warehouse central. Assim, é possível manter a integração e consistência de todo o sistema de armazenamento de dados da empresa.

Para construir um banco de dados dependente, é preciso investir em duas abordagens distintas.

Primeiro, a empresa precisa construir o Data Warehouse e o Data Mart. Então, são armazenados temporariamente os resultados do processo de Extração, Transformação e Carregamento.

Dessa forma, quando necessário, a empresa pode acessar somente esse banco de dados.

Data Mart independente

Ao contrário do anterior, uma empresa pode criar esse tipo de banco de dados sem o relacionar ao um Data Warehouse Central ou outro banco de dados.

Contudo, como é preciso inserir e executar os dados separadamente, provavelmente teremos maior redundância nas informações. Afinal, cada banco de dados precisará de uma cópia das informações abrangentes.

Além disso, eles limitam de forma considerável a escalabilidade do Sistema de Suporte à Decisão (DSS).

Data Mart híbrido

Como o nome sugere, esse tipo de banco de dados é uma mistura entre o dependente e o independente, combinando os benefícios dos dois.

Por isso, recomenda-se que ele seja usado por empresas que têm muitos bancos de dados, mas que precisam de um retorno rápido.

Data Warehouse e Data Mart

Como vimos, o Data Mart é uma pequena parte de um Data Warehouse. Por isso, embora se complementem, devemos utilizá-los em situações diferentes.

Como o Data Warehouse é mais abrangente, a empresa pode usar seus dados no processo de tomada de decisão. Afinal, ele contém todas as variáveis necessárias para isso.

Além disso, a empresa também pode usar o Data Mart e o Data Warehouse para fazer uma análise de negócios.

Por exemplo, os especialistas podem usar o Data Warehouse para compilar todos os dados de um cliente (como dados de mídias sociais, registros de CRM e de varejo) em uma única plataforma.

Por outro lado, o Data Mart serve para descentralizar o armazenamento de dados e fazer uma análise departamental. Assim, pode-se utilizar o banco de dados para analisar e interpretar informações específicas sobre uma função de negócios ou um departamento.

Dessa forma, é possível limitar a quantidade de informações disponibilizadas a colaboradores de diferentes níveis hierárquicos, por exemplo.

Entretanto, como o Data Warehouse e Data Mart armazenam dados pessoais, a empresa deve seguir a Lei Geral de Proteção de Dados. Por isso, é necessário que a instituição:

  • faça um mapeamento dos dados;
  • monitore o fluxo e o tratamento de dados;
  • implemente um programa de governança de dados;
  • contrate um Data Protection Officer (DPO).

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Implementando um banco de dados

Construir e implementar um Data Mart é bem trabalhoso. Embora seja mais simples do que um Data Warehouse, todo o processo pode levar cerca de quatro meses. Confira o passo a passo a seguir:

  1. Projeto: a empresa deve estabelecer os requisitos técnicos e corporativos, identificar a fonte de dados, criar um layout lógico e a estrutura física;
  2. Construção: cria-se o banco de dados físico e a estruturas lógicas, o que inclui controles de acesso, tabelas, índices e campos;
  3. Transferência de dados: a empresa coleta as informações, limpa e carrega no banco de dados. Nesse momento, também é possível definir a frequência da transferência de dados;
  4. Acesso aos dados: depois de transferidos para o Data Mart, pode-se disponibilizar os dados para consulta e geração de gráficos, relatórios e publicações. Nesse momento, pode-se fazer o uso de interfaces e API para simplificar o acesso aos dados;
  5. Gerenciamento: quando o banco de dados estiver pronto, a empresa precisará realizar um controle contínuo do acesso, atualização e otimização no sistema, backup e administração dos novos dados.

Sem dúvida, o gerenciamento do banco de dados é uma das etapas mais importantes. Afinal, é com a manutenção correta que a empresa conseguirá fazer bom uso dos dados e garantir a sua segurança de acordo com a LGPD.

Como vimos, o Data Mart é uma subseção do Data Warehouse. Por isso, ele permite analisar e administrar dados específicos de forma mais rápida e simples, podendo ser personalizado de acordo com a demanda de cada departamento ou área de atuação. Além disso, ele demanda menos custos para sua instalação e manutenção.

Carla Batistella
Carla Batistella
Carla Batistella é formada em Redes de computadores e MBA em gestão de projetos pela FGV, atua há 18 anos com tecnologia da informação, sendo os últimos cinco anos com projetos de compliance de segurança da informação. Estuda Privacidade e Proteção de Dados há algum tempo e é DPO EXIN. Atua em diversos projetos, auxiliando os clientes nas adequações de empresas e seus processos e negócios à LGPD.