Empresa de capital fechado: o que é e como funciona?

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Capital fechado

A abertura de um empreendimento, independentemente de seu segmento, desperta muitas dúvidas, principalmente quando se opta por capital fechado. Isso porque existem algumas diferenças que podem ser decisivas para o negócio que você deseja conduzir.

Por este motivo, vamos esclarecer o que é capital fechado, suas vantagens e desvantagens e por que, geralmente, as empresas que adotam esta modalidade possuem poucos integrantes em seu quadro societário.

O que é capital fechado?

Uma empresa de capital fechado é caracterizada por manter uma gestão centralizada em um único proprietário ou restrita a poucos acionistas.

Entretanto, diferentemente das empresas que adotam o capital aberto, as organizações de capital fechado apenas permitem a entrada de um novo sócio mediante a persuasão do novo investidor.

Logo, o interessado precisará convencer um dos atuais proprietários a abrir mão de seu percentual na empresa.

Quando esta decisão é tomada, é necessário registrar a mudança oficialmente. Para tal, elabora-se uma escrituração de transferência de propriedade, documentando a transferência das ações vendidas ao novo acionista.

E esta informação também deverá constar no livro de ações da empresa.

Diferença entre empresas de capital aberto ou fechado

A primeira informação que precisa ser abordada é que, independentemente do tipo de capital escolhido, as empresas serão classificadas como Sociedade Anônima (S/A).

Uma companhia de capital aberto é uma corporação que possui parte ou a totalidade de ações disponibilizadas na Bolsa de Valores para aquisição por pessoas dispostas a investir no negócio, através de sua aquisição.

Outra característica desta modalidade de capital é que mesmo com a disponibilização de uma parcela pequena de ações na bolsa, as negociações realizadas diariamente são responsáveis por determinar o valor de toda a empresa.

Normalmente as empresas passam a adotar o capital aberto visando a obtenção de maiores recursos para investimentos, o que permite um aumento na liquidez de seus negócios.

Já uma empresa de capital fechado, mesmo adotando o modelo de ações, possui em seu quadro societário poucas pessoas.

Além disso, outra importante característica deste tipo de empresa é que não está autorizada a disponibilizar suas ações na Bolsa de Valores.

Formas de financiamento adotadas

Uma empresa que opta pelo capital fechado precisa lidar com as limitações impostas no momento em que necessita se capitalizar, já que sua principal restrição é a impossibilidade de emissão de ações na Bolsa de Valores. Logo, o repasse dos títulos acionários é dificultado.

Ao não estar presente na Bolsa, suas ações estão acessíveis a uma parcela bem pequena de pessoas, o que reduz a liquidez envolvida no investimento.

Geralmente as empresas de capital fechado se veem obrigadas a pleitear recursos financeiros através de financiamentos e empréstimos.

Assim como as empresas de capital aberto, as corporações de capital fechado podem emitir debêntures, títulos de dívidas distribuídos por pessoas jurídicas.

No entanto, somente as organizações que optam por capital aberto podem emitir esses títulos de maneira pública, graças ao registro que possuem na Comissão de Valores imobiliários (CVM).

Já as empresas de capital fechado têm autorização para emissão de debêntures de forma restrita, direcionada apenas para acionistas ou grupos de investidores específicos.

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Vantagens e desvantagens da manutenção do capital fechado

A abertura de uma empresa de capital fechado apresenta vantagens e desvantagens bem específicas. Dentre as principais vantagens estão três:

  1. total controle da organização por poucos acionistas;
  2. maior controle das finanças, utilizando escritório de contabilidade de confiança dos poucos proprietários;
  3. maior transparência para o mercado, com a prerrogativa de pode optar pela divulgação ou não de seus números.

Já entre as desvantagens de escolher a modalidade de capital fechado para uma empresa, estão os seguintes elementos:

  • menor chance de investimento externo, já que a entrada de investidores só ocorre mediante negociação com os sócios atuais;
  • menor liquidez no negócio, já que os investimentos ficam restritos ao pequeno grupo de sócios ou a captação de empréstimos e financiamentos.

Cabe aqui salientar que as vantagens e desvantagens na escolha da modalidade de capital para sua empresa estarão diretamente ligadas ao modelo de gestão que você pretende adotar.

Logo, o que parece ser uma desvantagem, não necessariamente será. O mesmo acontece com as vantagens.

O funcionamento do mercado de ações para empresas de capital fechado

Mesmo não estando presente no mercado de ações, uma empresa de capital fechado pode negociar suas ações de outras maneiras.

Ao perceber o interesse de algum investidor no negócio, basta que o grupo societário abra negociação com possíveis acionistas externos. Mas, neste momento, costuma surgir o primeiro problema neste tipo de transação.

Mesmo que algum investidor externo manifeste interesse na aquisição das ações da empresa, o negócio só poderá ser realizado se ao menos um dos acionistas demonstrar interesse na negociação, pois desta forma é dispensada a aprovação dos demais acionistas, já que o negócio será realizado considerando apenas as ações do sócio interessado em negociá-las.

Considerações finais

Como pudemos acompanhar, a escolha por uma empresa de capital aberto ou fechado considera diversos fatores, mas o principal deles é o modelo de gestão que você pretende adotar em seu negócio.

As empresas de capital fechado são mais indicadas para aqueles que possuem a necessidade de centralizar a administração da organização em suas mãos, já que uma de suas principais características é a ausência de um grande número de acionistas.

Por outro lado, para os empresários que desejam conduzir um negócio com maior foco em seu crescimento e solidificação, a escolha pela modalidade de capital aberta é a melhor opção.

Seja qual for a modalidade escolhida, se capital aberto ou capital fechado, pelo empresário, é fundamental ter em mente qual o objetivo almejado, afinal, é ele quem determina as estratégias e medidas tomadas para administração do negócio.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).