Dados não-estruturados: saiba o que são e sua relação com a LGPD

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Dados Não-Estruturados São Aqueles Sem Estrutura de Organização

Uma das características da chamada “Era Digital” é a sua capacidade de produzir informações como nunca na história da humanidade. Nesse contexto, os dados não-estruturados configuram-se como uma das suas principais singularidades. Especialmente, no que diz respeito à sua utilidade no universo do empreendedorismo.

E as razões para isso estão no fato de que esses dados não-estruturados constituem-se como informações valiosíssimas na forma de metadados, que são as informações capazes de proteger, alterar, aperfeiçoar, armazenar e descrever um dado principal.

O que são dados não-estruturados?

Dados não-estruturados são metadados organizados de forma complexa, diferentemente do que ocorre com os dados estruturados. Por exemplo: textos produzidos em Word, imagens, comentários no Facebook, entre outros dados que não possuem uma estrutura rígida ou fixa.

E é justamente aí que você encontrará as diferenças entre os dados estruturados e os não-estruturados.

Os primeiros são arquivos produzidos quando disparamos uma foto, por exemplo (IP da máquina, data do disparo, localização, etc). Os últimos estão sujeitos a variações, são impossíveis de organizar em tabelas e difíceis de recuperar a posteriori.

Ademais, o tratamento de dados não-estruturados também difere sobremaneira dos estruturados na medida em que é mais complicado armazená-los.

Aliás, eles também apresentam dificuldades de proteção, podem tornar o seu acesso mais problemático, entre outros transtornos.

O processamento de dados não-estruturados

Calcula-se que, até o final de 2020, o planeta irá processar cerca de 40 trilhões de gigabytes em informações. Isso é uma quantidade enorme!

Principalmente quando comparamos com os não mais do que 4,5 trilhões processados em 2012. Isso, por si só, já demonstra, de forma esmagadora, o avanço da tecnologia da informação em praticamente todos os segmentos da atividade humana.

Com isso, surge a necessidade cada vez maior de processar, analisar, descrever e proteger volumes imensos de informações, que agora multiplicam-se incontrolavelmente nas mídias sociais, no Big Data, com uso da Internet das Coisas e a partir de inúmeros aparelhos e equipamentos que hoje ajudam a compor essa polêmica e controversa “Era Digital”.

Mas, como você pode, afinal, realizar, com a máxima eficiência possível, esse tratamento ou processamento de dados não-estruturados, a fim de que eles possam contribuir para a saúde e manutenção da sua empresa? É o que veremos a seguir.

Utilizando os dados não-estruturados como aliados da sua empresa

Digamos que você necessite processar uma enxurrada de dados não-estruturados para fazer com que eles, ao invés de constituírem-se em uma terrível dor de cabeça, atuem para aumentar as vendas e diminuir os custos de manutenção do seu negócio.

Uma possibilidade é armazenar todos esses dados não-estruturados em softwares de código aberto e executá-los em clusters (ou em hardwares simples).

Você pode, ainda, organizá-los em tabelas, formulários e em um banco de dados de acordo com as suas diferenças e semelhanças.

Em contraste com os bancos de dados conhecidos como “tradicionais”, essa maneira de tratar ou processar dados não-estruturados ainda possui a vantagem de não exigir um tratamento inicial dessas informações. Isso, entre outras coisas, economiza uma enorme quantidade de tempo durante essa organização.

Qual a diferença entre dados estruturados e não-estruturados?

A principal diferença entre dados estruturados e não-estruturados está no fato de que os primeiros, como pudemos perceber até aqui, possuem uma estrutura fixa, como são os casos dos arquivos resultantes do envio de um e-mail, por exemplo.

Estamos falando aqui de informações como o IP da máquina, hora do disparo, localização, entre outros dados que não se alteram.

Em contrapartida, os dados não-estruturados são informações variáveis, como os gráficos e infográficos que podem ser acrescentados a um vídeo.

Eles são metadados que exigem um tratamento diferenciado pelo simples fato de que você não poderá descrevê-los, protegê-los ou armazená-los de maneira rígida em um software de processamento.

Essas informações são dinâmicas, muitas vezes, “informações sobre informações”. Dificilmente você poderá organizá-las em tabelas, colunas, formulários, ou em qualquer outra estrutura que limite o acréscimo de novos dados.

E, para concluir, hoje já se sabe que esses dados não-estruturados representam nada mais nada menos do que quase 80% do volume total de informações que são processadas diariamente em todo o mundo.

Esses números, certamente, demonstram o quão importante (e, na verdade, essencial) é saber como realizar o correto tratamento dessas informações no âmbito de um segmento empresarial.

Exemplos de dados estruturados e não-estruturados

Veja, a seguir, alguns exemplos de dados estruturados e não-estruturados. Assim, ficará mais fácil absorver o conceito.

Não-estruturados

  • Textos produzidos em um editor, como o Word;
  • Mensagens de WhatsApp;
  • Arquivos de áudio;
  • Comentários de redes sociais (Facebook, YouTube, Instagram, etc);
  • Imagens, fotos, gráficos e vetores;
  • Outras estruturas não rígidas.

Estruturados

  • Os dados do envio de um e-mail (data, hora, localização, etc);
  • As informações obtidas após o disparo de uma selfie (IP da máquina, local, data, etc);
  • Guias, fichas e catalogações;
  • Os dados produzidos durante a execução de um vídeo;
  • Outros metadados produzidos de forma fixa.

A relação entre LGPD e os dados não-estruturados

Arquivos produzidos em Word, planilhas de Excel e PDFs são apenas alguns exemplos de documentos não-estruturados que agora você precisará proteger, armazenar e organizar de acordo com o que preconiza a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

Para tal, você deverá, antes de mais nada, tomar medidas como a utilização de sistemas de gestão eletrônica de documentos.

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Esses sistemas dificultam os vazamentos de conversas, impedem o acesso a esses documentos por pessoas estranhas ao ambiente da empresa e facilitam o seu acesso remoto a qualquer momento.

E, por fim, com um sistema de gestão eletrônica de documentos, você irá criptografar toda e qualquer mensagem trocada por membros de um grupo ou enviar links no lugar de um documento anexo a um e-mail.

Ademais, você também poderá bloquear ou permitir o acesso a mensagens, entre outras formas de garantir total segurança para essa troca de dados não-estruturados no ambiente corporativo ou mesmo em situações não formais.

Por fim, no universo do Big Data, a correta manipulação desses dados não-estruturados pode fazer toda a diferença entre o sucesso ou fracasso de um empreendimento nos mais variados ramos da atividade humana.

Carla Batistella
Carla Batistella
Carla Batistella é formada em Redes de computadores e MBA em gestão de projetos pela FGV, atua há 18 anos com tecnologia da informação, sendo os últimos cinco anos com projetos de compliance de segurança da informação. Estuda Privacidade e Proteção de Dados há algum tempo e é DPO EXIN. Atua em diversos projetos, auxiliando os clientes nas adequações de empresas e seus processos e negócios à LGPD.