Gerenciamento de riscos relacionados ao tratamento de dados

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Gerenciamento de riscos

Empresas de todos os tipos e tamanhos enfrentam fatores e influências internos e externos que podem interferir nos seus objetivos. O efeito que essa incerteza tem sobre as metas de uma organização é o “risco”. Por isso, a importância do gerenciamento de riscos nos negócios é tão grande.

Para ter os melhores resultados no que tange os riscos relacionados ao tratamento de dados, cada vez mais profissionais estão buscando fazer cursos relacionados à LGPD. O gerenciamento de riscos nesse caso é dividido em quatro ações: planejar, fazer, verificar e agir.

O que é gerenciamento de riscos?

Gerenciamento de riscos identifica e avalia os perigos eventuais que podem ocorrer em alguma organização. A partir disso, é possível criar um plano que permite conter ou controlar os riscos identificados e as suas repercussões na empresa.

Um risco é uma perda ou dano potencial e pode ser atribuído a diferentes áreas. Entre os vários exemplos, podemos destacar a responsabilidade legal, desastres naturais, acidentes, erros de gestão ou ameaças cibernéticas.

A prática de gerenciamento de risco evoluiu ao longo do tempo e em muitos setores para atender diversas necessidades. A adoção de processos consistentes pode ajudar a garantir que o risco seja gerenciado de forma eficaz, eficiente e coerente em toda a empresa.

Cada setor específico ou aplicação de gestão de riscos traz consigo necessidades, públicos, percepções e critérios individuais. Portanto, uma característica chave é “estabelecer o contexto” como uma atividade desde o início do processo de gerenciamento de riscos.

Dessa forma, o gestor pode capturar os objetivos da organização, as metas, as partes interessadas e a diversidade de critérios de risco. Tudo isso ajuda a revelar e avaliar a natureza e a complexidade dos riscos.

Gerenciamento de risco empresarial

As estratégias de gestão de riscos são as abordagens para lidar com esses danos e compreender suas consequências potenciais. Por isso, é importante que cada empresa defina um plano de gestão correto.

Esse plano nada mais é do que um processo documentado que ilustra como a equipe ou organização identifica ou lida com riscos.

Sem dúvida, o gerenciamento de riscos é um componente importante de toda a estratégia organizacional. O principal objetivo é evitar as situações que podem impedir a empresa de atingir suas metas.

Em muitos setores, a adesão aos regulamentos de conformidade sobre gestão de riscos de negócios é essencial.

Várias instituições definiram padrões de gerenciamento. O mais importante deles é da International Organization for Standardization (ISO), isto é, a Organização Internacional de Padronização, com sede na Suíça.

Independente do setor em que operam, os princípios da ISO 31000 sobre gerenciamento de risco podem ser usados ​​como estrutura para qualquer negócio. Como resultado, esses padrões facilitam a implementação sistemática de planos de gerência de riscos.

Gerenciamento de riscos e LGPD

Entre os maiores desafios do gerenciamento de risco empresarial, está a proteção à privacidade dos colaboradores, fornecedores e, principalmente, dos clientes.

A falha dessa gestão de informações pessoais apresenta vários riscos para a organização. Isso inclui perdas financeiras de alto valor, seja por dano à imagem, com perda de contratos e clientes, ou por multas diretas, aplicadas pela Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

De fato, o texto da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) nunca menciona o termo “gerenciamento de risco”. Mas é claro que a avaliação sobre as medidas técnicas e organizacionais é um fator fundamental quando o assunto é proteger as informações de todos os envolvidos da organização.

Em outras palavras, ao considerar o contexto e objetivos do tratamento de dados, bem como os diversos riscos para os direitos e liberdades dos indivíduos, o controlador de dados deve implementar medidas técnicas e organizacionais adequadas.

Isso permite garantir e demonstrar que o tratamento está em conformidade com a lei. Dessa forma, a empresa não sofrerá sanções em caso de uma auditoria da ANPD.

Em suma, um auditor deverá considerar os temas como os papéis na proteção à privacidade, gerenciamento de risco à privacidade, controles de proteção à privacidade e risco-chaves e suas ações, sem prejuízo das demais necessidades.

Processo de gerenciamento de riscos

Nenhuma empresa pode evitar 100% todos os riscos, mas as consequências não precisam ser necessariamente negativas. Então, a organização deve avaliar o potencial dano em relação à oportunidade que pode representar e determinar qual é o nível de risco aceitável. Essas informações podem apoiar, e muito, a tomada de decisões.

A gestão de riscos envolve a atribuição de prioridades aos riscos com mais probabilidade de ocorrência. Isso envolve repercussões mais incisivas e a aplicação de procedimentos de mitigação que procuram reduzir o impacto dos danos.

Fases de gestão de risco

  1. Identificação de riscos: identificação e descrição de riscos potenciais. Incluem, entre outros, riscos financeiros, operacionais, de projeto, de negócio e riscos de mercado. Uma vez identificados, eles devem ser anotados ou documentados;
  2. Análise de risco: definição da probabilidade de ocorrência de um risco ao analisar os fatores e documentar as potenciais consequências;
  3. Avaliação de risco: uso de controles internos e análise de risco para determinar a extensão. Nesta fase, também é necessário decidir qual nível de risco é aceitável para a empresa para tratá-lo de imediato;
  4. Mitigação de riscos: desenvolvimento de estratégia de resposta logo depois de definir a prioridade e a importância dos riscos para controlá-los ou minimizá-los;
  5. Monitoramento de riscos: os riscos precisam sempre de monitoramento. Assim, é possível observar se os planos de mitigação estão em ação para estar ciente do aumento da ameaça.

Estratégias de gestão de risco

As principais estratégias do plano de gerenciamento de riscos incluem: prevenção, redução, compartilhamento e retenção.

  • Prevenção de riscos: consiste em interromper e evitar qualquer atividade que possa envolver o risco;
  • Redução de risco: concentra-se em ações que podem reduzir a probabilidade de ocorrência de um risco e seu impacto;
  • Compartilhamento de risco: quando uma organização transfere ou compartilha parte do risco com outra organização. Um exemplo é a terceirização das atividades de manufatura ou atendimento ao cliente para terceiros;
  • Retenção de riscos: quando a organização decide aceitar a ocorrência potencial logo após a avaliação dos riscos. Sem nenhuma ação de mitigação, é aconselhável preparar um plano de emergência.

Reconhecer e controlar os riscos é um elemento fundamental da estrutura de uma empresa. Por isso, a gestão de riscos não está apenas no topo da gerência da empresa – pelo contrário, envolve cada trabalhador na sua atividade cotidiana.

O gerenciamento de riscos não é apenas importante para evitar prejuízos financeiros, mas também a imagem da empresa.

Quando se tem legislações como a LGPD — que determina sanções em caso de descumprimento de suas diretrizes — é preciso monitorar todos os processos de tratamento de dados, evitando assim os riscos de sanções e multas.

Portanto, analisamos que o gerenciamento de riscos deve ser inserido em todas as áreas da empresa e, nesse caso, especialmente no que se refere ao processo de tratamento de dados.

Ignorar os possíveis efeitos negativos de suas decisões pode colocar em risco a estabilidade econômica da organização, além de punições por não se adequar à LGPD.

O gerenciamento de riscos oferece as ferramentas vitais que identificam claramente os potenciais danos, em vez de confiar apenas em intuições. Desta forma, a empresa pode assumir riscos calculados, necessários ao seu crescimento e sucesso.

Sidney Estrela
Sidney Estrela
Sidney Estrela é formado em Redes de computadores e MBA em gestão de TI pelo IBTA. Profissional com mais de 10 anos de atuação na área de Tecnologia da Informação, sendo os últimos sete anos dedicados à auditoria e compliance em Segurança da Informação. Atua como Especialista de Segurança da Informação e como consultor de Privacidade e Proteção de Dados, auxiliando os clientes nas adequações de empresas e seus processos e negócios à LGPD. Possui as certificações da trilha EXIN DPO e EXIN ISO - Information Security Officer, além de certificado como Auditor ISOIEC-27001.