Split e inplit: conheça mais sobre estes dois processos

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Split e inplit: conheça mais sobre estes dois processos

O processo de investir em ações negociadas no mercado financeiro vai além da compra do ativo, assim o investidor deve acompanhar as mudanças de estrutura relacionadas aos seus títulos, com destaque para o processo de split e inplit.

Isso porque o split e inplit são mecanismos utilizados por empresas que mexem diretamente no valor de suas ações, afetando consequentemente a liquidez do ativo. Dessa forma, este se torna um tema relevante para profissionais que atuam no setor financeiro, incluindo aqueles que analisam empresas a fundo, como é o caso do equity research.

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O que é split e inplit

Split e inplit: conheça mais sobre estes dois processos

O processo de split e inplit é uma mecânica utilizada por empresas de capital aberto que junta ou divide as suas ações negociadas na bolsa de valores, assim interferindo diretamente em questões como o valor e a liquidez de seus títulos.

Dessa forma, é útil para o investidor de ações estar atento a estes processos, especialmente para não se surpreender com súbitas valorizações e desvalorizações relacionadas aos seus títulos.

Além disso, o split e inplit é recorrente na bolsa de valores, sendo uma estratégia para que empresas consigam reverter cenários adversos ou aumentar sua capacidade de captação de clientes.

Portanto, é útil para o investidor conhecer o funcionamento de cada um destes processos e suas particularidades.

O que é o split de ações

O split de ações, também conhecido como desdobramento de ações, é a nomenclatura utilizada para definir o processo de divisão de uma ação em mais títulos.

Ou seja, este é um mecanismo utilizado pelas empresas de capital aberto cujo objetivo é aumentar o número de ações próprias negociadas no mercado financeiro.

Em suma, os negócios adotam o processo de desdobramento visando diminuir o valor unitário de cada título.

Dessa forma, aumentando a liquidez daquele papel, este se tornará mais acessível para um número maior de investidores.

Além disso, vale destacar que o processo de split não altera o patrimônio de seus investidores, isto é, o valor que o investidor tem não é alterado no processo.

Por exemplo, se um investidor possuía uma ação que valia R$80 antes do processo de desdobramento por quatro, o mesmo seguirá tendo aquele montante, porém por meio de quatro títulos com o valor de R$20.

Portanto, compreender como funciona este processo é útil para quem deseja investir no mercado de ações.

Como funciona o processo split de ações

Como introduzido no tópico anterior, o processo de split é um mecanismo que consiste na divisão de ações que uma empresa possui em circulação.

Assim, é possível perceber que este não é um processo que envolva a emissão de novos títulos, mas sim a divisão dos que estão em circulação. Prática que reduz o valor nominal de seus ativos financeiros.

Ainda vale destacar que para este mecanismo acontecer, é necessário se seguir os seguintes passos:

  1. Reunião e aprovação do conselho administrativo sobre o desdobramento das ações;
  2. Divulgação para o mercado sobre a aprovação do processo de split;
  3. Definição da data em que o desdobramento das ações acontecerá.

Dessa forma, como é possível perceber, há um processo de atualização ao mercado sobre o split das ações.

Portanto, caberá ao investidor ficar atento às atualizações acerca dos ativos que formam sua carteira de investimentos.

Além disso, é útil compreender os motivos que levam um negócio a realizar este tipo de procedimento.

Motivos que levam ao desdobramento de ações

Entre os motivos que levam ao desdobramento de ações, é possível destacar, por exemplo:

  • Diminuir o valor unitário das ações;
  • Aumentar a liquidez dos ativos financeiros;
  • Atrair novos investidores;
  • Expandir a disponibilidade daquele ativo para um número maior de investidores.

Ou seja, esta é uma tática utilizada por empresas que, em suma, buscam reverter cenários em que suas ações estão com a volatilidade baixa, especialmente devido o alto valor.

Assim, o split tem como utilidade melhorar a liquidez dos ativos financeiros, atraindo novos investidores e democratizando aqueles títulos.

Todavia, os investidores devem ter atenção à volatilidade do título que passa pelo processo de desdobramento, afinal esta tende a aumentar.

Ainda assim, a oscilação de valor tende a ser momentânea, com o ativo equilibrando sua volatilidade ao longo do tempo.

O que é inplit de ações

No segundo ponto do split e inplit, é relevante entender o que é e o processo do inplit, também conhecido como agrupamento de ações.

Em suma, este é processo em ocorre a junção das ações da empresa que estão sendo negociadas no mercado, isto é, diversos papéis passam a representar um título apenas.

Tal qual ocorre no split, o patrimônio do investidor daquela empresa não sofre alterações.

Ou seja, o investidor segue com o montante de capital que tem investido intacto, todavia passa a ter menos ações daquela empresa.

Além disso, esta é uma estratégia utilizada por empresas que buscam facilitar o processo de compra de suas ações e atrair um novo perfil de investidor.

Portanto, é útil compreender como se dá o funcionamento do inplit de ações.

Como funciona o inplit de ações

Do mesmo modo que ocorrem com o split, para que o processo do split ocorra é necessário seguir os seguintes passos:

  1. Reunião e aprovação do processo de agrupamentos de ações;
  2. Anúncio ao mercado sobre a aprovação do procedimento;
  3. Confirmação de uma data para ocorrer o inplit de ações.

Portanto, o investidor tem acesso à informação do processo antes que o mesmo ocorra, assim não sendo pego de surpresa.

Afinal, após a data, o número de títulos que o investidor possui irá diminuir, algo que pode causar transtorno caso o mesmo não esteja à par do agrupamento de ativos da empresa.

Além disso, segundo as regras da B3, empresas que passarem 30 pregões consecutivos com as ações sendo negociadas abaixo de R$1 são notificadas a desenvolver um plano de recuperação.

Entre as possibilidades que negócios nesta situação tem é o de agrupamento, pois isto valorizaria suas ações.

Compreendido seu funcionamento, é útil entender o porquê de uma empresa realizar o inplit de suas ações.

Motivos que levam o agrupamento de ações

Entre os motivos para ocorrer o agrupamento de ações, é possível destacar, por exemplo:

  • Valorizar a ação;
  • Facilitar a negociação de ações;
  • Atrair investidores com perfis diferentes;
  • Instrumento para recuperação financeira;
  • Equilibrar a volatilidade do ativo financeiro.

Portanto, o inplit de ações é uma tática que as empresas utilizam buscando valorizar seus ativos financeiros, especialmente ao atrair investidores de longo prazo.

Ou seja, a diminuição de liquidez atrai um perfil de investidor diferente, especialmente porque isso acarreta uma redução da volatilidade dos títulos, isto é, no preço de negociação daquela ação.

Além disso, o agrupamento de ações facilita a negociação de ativos, pois os investidores passam a ser donos de um número menor de papéis.

Dessa forma, esta se torna uma prática recorrente na bolsa de valores.

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Exemplos de split e inplit

Split e inplit: conheça mais sobre estes dois processos

Como visto até aqui, o split e inplit são processos relevantes no mercado de renda variável.

Assim, vale ficar atento a exemplos de casos em que tais processos ocorreram ao longo do tempo.

Exemplos de desdobramento de ações

Dois dos exemplos mais marcantes de desdobramento no mercado de ações brasileiro são referentes à Ambev e ao Magazine Luiza.

Em 2010, a Ambev realizou um split de cinco por ação, isto é, cada ação do negócio se tornou cinco títulos.

Cerca de uma década depois, em 2020, a Magazine Luiza, ou Magalu, anunciou um desdobramento de 1:4 em suas ações.

Assim, os ativos que eram negociados pelo valor de R$87,16, passaram a ser vendidos por R$21,79.

Portanto, como é possível perceber, este processo é recorrente no mercado financeiro, ocorrendo inclusive em grandes empresas de capital aberto.

Exemplos de agrupamento de ações

Em 2016, a empresa de energia Eneva passava por um processo de recuperação judicial.

Neste contexto o grupo iniciou o processo de agrupamento de suas ações, visando assim combater a desvalorização que seus ativos financeiros sofreram no período.

Dessa forma, houve o agrupamento de 100 para 1 nas ações da Eneva. Tal medida auxiliou o grupo no processo de pagamento de suas dívidas ao longo dos anos seguintes.

Enquanto, nos últimos anos, o grupo de telecomunicação OI sofreu com a desvalorização de suas ações, encerrando pregões com seus títulos sendo negociados abaixo de R$1.

Assim, a B3 notificou a OI para arrumar alternativas que busquem sua recuperação, das quais está o processo de inplit.

Importância do split e inplit

Como visto até aqui, split e inplit são práticas recorrentes no mercado de ações, sendo estes processos sejam alternativas interessantes para as empresas de capital aberto.

Dessa forma, é natural que ambos sejam recursos importantes do mercado financeiro.

Além disso, estar atento ao split e inplit é útil para os investidores, afinal além de ter maior controle sobre suas ações, também é possível compreender o modelo de gestão que o negócio adota.

Assim, conhecer estes processos é um passo importante para o investidor que busca rentabilidade investindo em ações.

Ou seja, através destes conceitos e entender como são aplicados é possível encontrar bons ativos financeiros no mercado.

Portanto, é possível considerar o split e inplit como processos de grande relevância para a bolsa de valores, atingindo especialmente o mercado de renda variável.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).