Circuit Breaker: conheça o mecanismo de proteção da B3

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Circuit Breaker: conheça o mecanismo de proteção da B3

Bolsa de Valores atua com renda variável, assim todo dia pode ser uma surpresa nas operações. Por isso, a Bolsa tem um histórico de dias difíceis, abrindo em queda tão forte que as negociações foram interrompidas, o chamado circuit breaker.

Esse é um mecanismo presente nas Bolsas de Valores ao redor do mundo e funciona como uma trava de segurança, interrompendo as negociações em momentos de alta volatilidade no cenário econômico. Entenda mais sobre o circuit breaker. 

O que é circuit breaker?

O circuit breaker é um mecanismo de segurança da Bolsa de Valores e interrompe todas as operações quando acionado. Mas ele só é acionado quando as ações negociadas nesse mercado estão com quedas atípicas em seu preço.

Ou seja, quando o índice Ibovespa cai mais que o esperado, é acionado o circuit breaker para pausar as negociações e acalmar o mercado. Com isso, esse mecanismo protege e acalma o mercado diante de um cenário volátil.

Com essa manobra, é esperado que o mercado tenha um balanceamento e equilibre as ordens de venda e as ordens de compra. Com isso, é esperado que o mercado volte ao índices normais. Isso protege os investidores e impede que os efeitos da queda sejam maiores.

Quando as negociações são pausadas, os investidores conseguem planejar e tomar melhores decisões na hora do retorno das negociações. Isso evita que os investidores fiquem descontrolados e a queda fique ainda pior.

O que é o índice Ibovespa? 

O Índice Ibovespa é o principal indicador relacionado ao desempenho das negociações na Bolsa de Valores. Isso porque reúne empresas importantes da Bolsa brasileira e foi criado em 1968. Por isso o circuit breaker depende desse índice para ser acionado.

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Como funciona?

As regras do circuit breaker envolvem, basicamente, o percentual de queda do Ibovespa, que é o indicador da Bolsa de Valores brasileira. Sendo assim, a partir do percentual, é decidido quanto tempo as negociações ficam paradas.  Entenda mais sobre isso a seguir.

10% de queda do Ibovespa 

Quando o índice Ibovespa cai 10% sobre o valor do fechamento do dia anterior, esse mecanismo é acionado. Após o início, o circuit breaker na Bolsa de Valores dura 30 minutos.

15% de queda do Ibovespa 

Após os 30 minutos de pausa, as negociações voltam na Bolsa de Valores na expectativa de retornar ao normal. Mas, caso a queda continue e chegue a 15% sobre o índice do dia anterior, o circuit breaker é acionado novamente.

Nesse caso, as negociações na Bolsa de Valores ficam pausadas por 1 hora, para conseguir acalmar os investidores novamente.

20% de queda do Ibovespa 

Após 1 hora de pausa, o retorno acontece. Porém, se ao abrir as negociações o índice Ibovespa continua caindo e essa queda chega a 20%, as negociações na Bolsa de Valores são suspensas sem prazo de retorno.

Sendo assim, a B3 fica responsável por estabelecer um novo prazo para reabrir as negociações no mercado diante de uma queda brusca do índice.

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Por que o circuit breaker é acionado?

Circuit Breaker: entenda sobre esse mecanismo da B3

O objetivo do circuit breaker é reduzir a volatilidade da Bolsa de Valores em momentos econômicos instáveis. Isso porque uma queda brusca do índice Ibovespa mostra o temor dos agentes financeiros em manter seu dinheiro em determinadas ações.

Com o medo e o descontrole dos investidores, a interrupção das negociações é necessária para que eles tenham tempo de refletir e pensar se vale a pena vender de forma descontrolada suas ações.

Assim, o circuit breaker é um mecanismo de proteção tanto para quem vende quanto para quem compra na Bolsa de Valores. Com essa pausa temporária, é possível minimizar perdas e diminuir a disfuncionalidade do mercado em tempos incertos.

Para entender a importância desse mecanismo é só pensar se não existisse o circuit breaker. Em momentos de queda brusca do índice Ibovespa, o pânico dos investidores poderia causar uma queda ainda maior das ações.

Isso acontece porque sem esse mecanismo, teria um alto volume de investidores vendendo ações, enquanto outros poucos estariam comprando ativos. O resultado seria as empresas perdendo percentual de valor no mercado. Ademais, tudo isso iria acontecer em questão de horas e causar danos permanentes e difíceis de reverter.

Com isso, esse mecanismo pode ser acionado para qualquer operação da Bolsa e afeta todas as ações negociadas ali. Não há exclusividade de investimentos que podem ou não ser pausados pelo circuit breaker, assim todos estão sujeitos à essa ferramenta da Bolsa de Valores. 

Por isso, todo investidor precisa acompanhar o mercado, as movimentações financeiras e o cenário econômico tanto do Brasil, quanto dos países nos quais ele possui ativos investidos.

Isso auxilia o investidor a estar preparado para todas as possibilidades que podem afetar seus ativos, e garantir boas manobras em tempos de instabilidade econômica ou problemas políticos que podem causar uma queda no índice Ibovespa.

Quando o circuit breaker foi criado?

O Circuit Breaker foi criado após o crash na Bolsa de Nova York em outubro de 1987 (dia também conhecido como Black Monday). Isso porque o índice do mercado norte-americanos caiu 508 pontos, o que representa uma queda de 22,6%.

Essa queda percentual foi apenas de um dia e considerada muito alta pelo período de tempo em questão.

Assim, o FED (Federal Reserve), que funciona como o Banco Central na regulação do mercado estadunidense, criou o Circuit Breaker com o objetivo de que os investidores tenham um tempo para reflexão e análise das negociações diante de incertezas do mercado.

Portanto, todas as bolsas de valores adotaram o circuit breaker como um mecanismo de defesa em momentos instáveis no mercado financeiro. Até porque os eventos internacionais refletem na maioria das economias no mundo.

 

 

 

 

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).