O que são juros futuros e como impactam o mercado

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Juros Futuros

Os juros futuros possuem uma grande importância no mercado, tanto é que investidores costumam acompanhá-los sempre. Dessa forma, é possível ter uma boa perspectiva do que está por vir no mercado financeiro.

A tendência é que os juros futuros subam sempre que houver alguma instabilidade. A fim de facilitar a compreensão desse assunto, esse artigo abordará o que são esses juros e como eles influenciam o mercado. Boa leitura!

O que são juros futuros?

Juros futuros são, em resumo, a estimativa da taxa de juros para um dado período no futuro. Em outras palavras, é uma projeção capaz de oferecer uma previsão daquilo que está por vir.

Assim, o juro futuro é uma previsão criada por agentes econômicos, baseada nos fatores que mais influenciam a Taxa Selic. Desse modo, são baseadas no Produto Interno Bruto (PIB), inflação e algumas outras métricas de grande impacto.

A taxa de juros futuros tem como objetivo antever como estará a taxa de juros em um ponto no futuro do mercado. Essa projeção serve, portanto, para ser usada como base em contratos futuros, como nos Depósitos Interfinanceiros (DI), por exemplo.

Assim sendo, duas partes firmam uma negociação de compra e venda com base nessa taxa do mercado de juros futuros. Utiliza-se, assim, a taxa esperada para a data de vencimento do contrato.

A taxa utilizada como base para os contratos futuros está ligada ao aumento dos juros nesse dado período. No entanto, esse tipo de taxa não causa influência somente nas operações que serão feitas no mercado futuro.

Os juros futuros influenciam o mercado presente, como é o caso do Tesouro Direto. Por isso, é correto afirmar que essa taxa vai além de uma simples projeção, visto que se altera por instabilidades atuais.

Como funcionam os juros futuros?

Sabendo que o planejamento é um dos recursos que evitam imprevistos e problemas, esse tipo de perspectiva foi utilizada no mercado financeiro. Ou seja, os juros futuros são uma forma de se precaver às adversidades.

Trata-se, portanto, de uma forma de mitigar riscos e estar preparado para as oscilações que o mercado possui.

Quando o tempo fecha, as pessoas se preparam para a chuva. Da mesma forma é no mercado financeiro.

Em vez de nuvens, se costuma observar os juros futuros, de modo que se possa vislumbrar o que está por vir. É assim que os investidores e empresas se baseiam para planejar seus investimentos.

No caso de contratos baseados nos juros futuros, é indispensável acompanhar essa taxa. Dessa forma, é possível adaptar a data do vencimento ao cenário que o mercado está vivenciando naquele momento.

Uma forma de usar os juros futuros, por exemplo, é o contrato de DI Futuro. Essa sigla é usada para definir os contratos de Depósitos Interfinanceiros, que são utilizados para empréstimos entre bancos.

Investimentos, tais como os CDBs, utilizam isso, visto que são títulos emitidos pelos bancos. Além disso, os DI servem de base para todo o mercado, sendo, portanto, importantíssimos para a projeção do futuro.

Tendo em mente o funcionamento dos juros, é possível, assim, afirmar que eles são influenciados pelos seguintes fatores:

  • Inflação;
  • PIB;
  • Crises políticas e econômicas internas;
  • Investidores externos;
  • Oferta e demanda de investimentos.

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Oscilações

A taxa Selic e o CDI são taxas usadas em períodos anuais, portanto, um contrato com vencimento em 2030 não poderá usar essas taxas como base. Existe uma incerteza muito grande em um contrato desses.

Por isso, é necessário que o investidor seja remunerado por uma taxa superior à Selic, sendo, assim, a taxa de juros futuros é mais alta do que as taxas anuais. Porém, a curva dos juros é bastante oscilatória.

Dessa forma, para que um investidor aceite um contrato, ele acaba exigindo prêmios mais altos, a fim de suprir a incerteza e os altos riscos de manter esse tipo de investimento.

Por conta disso, a taxa desses juros dispara sempre que acontece alguma instabilidade econômica ou crise política. Além disso, essa taxa também é influenciada pela oferta e demanda.

Nesse caso, por exemplo, pode ser citado o número expressivo de investidores estrangeiros que possuem títulos públicos de longo prazo aplicados aqui no Brasil.

Sempre que uma crise política acontece, aumentam-se as incertezas econômicas do país e, por consequência, os investidores estrangeiros tendem a retirar o capital aplicado na economia brasileira.

Afinal, com um alto nível de incerteza, é preciso aumentar a remuneração dos investidores estrangeiros, a fim de atraí-los. Por isso, sempre que ocorre uma crise ou instabilidade, os juros futuros sobem.

Além disso, os juros futuros também influenciam a economia interna e o dia a dia dos brasileiros. Para compreender melhor isso, serão indicadas a seguir essas influências.

Influências dos juros futuros

Os juros futuros não influenciam somente a economia macro. Portanto, vale entender que essa taxa impacta diretamente a vida do cidadão brasileiro. Assim, serão listados os principais impactos abaixo:

  1. rendimento dos investimentos de renda fixa;
  2. facilitar ou dificultar a tomada de empréstimos;
  3. aquecer a economia presente e gerar mais empregos.

Se tratando do Tesouro Público, a alta ou baixa da taxa de juros pode tornar mais rentável o investimento, ou prejudicar a rentabilidades. Dessa forma, vale avaliar bem o mercado.

No caso do Tesouro Direto, sempre que ocorre uma alta nos juros futuros, o tesouro tem que pagar um valor superior para refinanciar a dívida. Por exemplo, caso a taxa suba 0,2%, será necessário pagar, em dez anos, 2%.

Entretanto, caso ocorra uma subida bastante significativa, como uma alta de 2,5%, em dez anos a dívida se acumula em 25%. Isso é um valor que pode comprometer os cofres públicos.

Por conta disso, a influência desses juros na vida do investidor brasileiro é grande, principalmente para aqueles que costumam aplicar no Tesouro Direto.

Essa oscilação atinge até mesmo os cidadãos que não costumam fazer investimentos. Afinal, os juros futuros podem impactar todos os setores da sociedade, desde as empresas até os empregados.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).