Juros: quais os diferentes tipos e como calcular?

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Juros: o que é, quais os diferentes tipos e como calcular?

Todo mundo já ouviu falar nos famosos “juros”. Para quem paga, os juros podem significar uma verdadeira dor de cabeça, mas para os investidores que se utilizam dos juros para aumentar sua rentabilidade, podem significar a independência financeira.

Mas apesar de todo mundo conhecer um pouco sobre os juros, muitos conceitos relacionados a eles ainda são desconhecidos por maior parte da população.

O que é juros?

Juros é o nome dado a um tipo de rendimento, normalmente aplicado sobre empréstimos. O empréstimo pode ser feito tanto em dinheiro físico como em outro elemento, mas a taxa de juros sempre corresponderá a um percentual do valor total que foi movimentado.

Para entendermos melhor, é possível realizar uma associação com um tipo de aluguel, o que faz com que existam dois lados: o credor e o devedor.

Assim, o credor recebe uma quantia a mais no dia do pagamento, ou na data de vencimento dependendo de como for o empréstimo, por não ter podido utilizar o dinheiro.

Vale lembrar que existe ainda um risco dele não ter retorno do valor, chamado de risco de inadimplência.

Por outro lado, para entendermos melhor o que é esse rendimento, podemos ter como base a taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia do nosso país. Essa taxa tem influência direta em:

  1. empréstimos;
  2. retorno de investimentos; ou
  3. financiamentos.

Apesar de normalmente ser um assunto que gera dor de cabeça e que muitas pessoas possuem temor, como dissemos anteriormente, essa forma de rendimento pode ser um ótimo recurso para quem realiza investimentos.

Quais os tipos de juro?

Como funciona o juros?

Sabido o que são, é preciso conhecer os diferentes tipos de juros e suas aplicabilidades, confira conosco:

  • simples;
  • compostos;
  • de mora;
  • juros reais;
  • nominais;
  • rotativos; e
  • sobre capital próprio.

Para falar  como funciona o juros é necessário separá-los de acordo com cada categoria, uma vez que a forma de atuação é diferente entre elas.

Juros simples

O juro simples, como o nome sugere, é um dos mais fáceis de se entender. Ele se dá, basicamente, em uma taxa fixa estabelecida inicialmente e que age somente sobre o valor inicial do empréstimo ou investimento.

Juros composto

Já o juros composto possui uma porcentagem que atua sobre o valor final, ou seja, sobre o valor com juro acrescido. Este é, no entanto, um dos tipos mais comuns no sistema financeiro do nosso país.

Ou seja, sua forma de ação se dá por meio de uma taxa variável uma vez que os juros são pagos sobre o valor principal e também sobre o obtido em períodos anteriores.

Juros de mora

Os juros de mora, por sua vez, é uma modalidade muito usada quando um pagamento é atrasado, mas a taxa é sempre fixada e não pode ser maior que 2% do valor total.

Juros real e juros nominais

A forma de ação do juro real é definida como a taxa sobre algum tipo de financiamento, sem levar em conta a correção monetária.

Ou seja, no juros real não existe efeito da inflação, fazendo com que esse tipo seja menor do que a taxa nominal. Assim, entende-se que os juros nominais são o inverso do anterior, ou seja, são cotas adequadas que demonstram a inflação de um período.

Na categoria nomina é acrescido o valor da correção monetária, ou seja, não é descontado o valor da inflação no período em questão.

Vale pontuar, porém, que se a inflação estiver zero em algum tempo, os juros reais e nominais agem de forma igual.

Juros rotativos

Os juros rotativos são os mais temidos, uma vez que eles são os mais altos e atuam sobre alguma dívida. O exemplo mais conhecido é a taxa presente quando a fatura do cartão de crédito não é paga por completo.

Ou seja, para o rotativo, temos uma atuação parecida a de mora, sendo uma taxa cobrada somente caso ocorra o atraso no pagamento de alguma fatura ou financiamento.

Juros sobre capital

Por fim, o juro sobre capital próprio serve, especificamente, para empresas. Trata-se de uma forma de pagar os acionistas por meio da divisão de juros sobre o patrimônio que foi pago conforme lucros anuais anteriores.

Qual a importância da taxa de juros?

Independentemente de qual for o tipo, vale ressaltar, como citado anteriormente, que essa taxa é muito bem vista por investidores.

Afinal, uma vez que as taxas de juros são um dos pontos mais importantes na economia do país, é por meio delas que a pessoa consegue analisar quando ela terá de retorno por uma aplicação após um período de tempo.

Dessa forma, esse é um dos fatores importantes a serem levados em consideração no momento de escolher em qual tipo de investimento aplicar o patrimônio dentre as opções.

Porém, assim como ele é algo positivo principalmente para investidores, essa taxa é algo ruim para muitas pessoas que recebem cobranças ou que não conseguem realizar o pagamento de alguma conta a tempo.

Logo, ao mesmo tempo que eles são a salvação de algumas pessoas, são a perdição de outros. Mas, vale pontuar que mesmo sem realizar nada sozinho, eles influenciam de forma direta como a economia do nosso país ficará.

Como é feito o cálculo do juros?

Ao falarmos sobre a fórmula do juro, vale lembrar que, por existir mais de um tipo, existe mais do que uma fórmula para realizar o cálculo.

Porém, existem algumas variáveis normalmente utilizadas e que devem ser consideradas, sendo elas:

  • juros;
  • valor futuro;
  • valor presente;
  • qual o tempo em questão, ou seja, a quantidade de períodos;
  • patrimônio;
  • montante;
  • taxa; e
  • tempo.

Vale pontuar, porém, que na maioria das vezes o cálculo feito é sobre a taxa de juros simples e composto, uma vez que ambos são os mais comuns.

Apesar das distintas taxas possíveis, vale lembrar que elas variam conforme o contrato e alguns outros pontos importantes como:

  • inflação;
  • risco que o empréstimo possui;
  • custo de administração; e
  • compensação da aplicação em outro tipo de investimento.

Cabe dizer que a Taxa Selic, estabelecida pelo Banco Central serve, entre outros pontos, para estabelecer os limites de juros simples.

Agora, como saber se você está pagando juros abusivos?

Esse é um fator que algumas pessoas se queixam com uma certa frequência, sendo normalmente taxas cobradas acima do valor máximo definido pelo BC.

Para isso, uma sugestão é utilizar a Calculadora do Cidadão, uma ferramenta do Banco Central na qual devem ser colocadas pelo menos três informações das quatro possíveis, que são:

  1. quantidade de meses;
  2. taxas mensais;
  3. valor da parcela; e
  4. valor total.

Assim, é feito o cálculo que mostra qual o valor pago ao final do financiamento e quanto desse valor é somente de juros, sendo suficiente para analisar se é uma taxa abusiva ou não.

E o cheque especial?

Um assunto normalmente relacionado ao juros é o cheque especial, que normalmente é conhecido como ter taxas muito altas.

Porém, de acordo com uma medida tomada pelo Banco Central, existe um limite agora de quanto pode ser aplicado por mês, que não pode ser um valor superior a 8%.

Assim, totaliza a um equivalente de 151,8% por ano, o que continua sendo alto, mas já é uma redução significativa.

E isso se dá quando analisamos que, de acordo com dados do Conselho Monetário Nacional, no fim de novembro de 2019 o juros do cheque especial encerrou em 12,4%, equivalente a 306,6% por ano.

Existe forma de calcular juro online?

O cálculo de juros é algo que muitos cidadãos gostariam de fazer, principalmente a fim de entender quanto será cobrado em caso de atraso ou não pagamento de alguma fatura.

Porém, até mesmo para investidores o processo de calcular quanto será faturado em um período é algo interessante.

E para facilitar esse processo, sem necessitar de todo o conhecimento sobre as fórmulas específicas para cada caso, existem ferramentas na Internet que realizam essa apuração.

A mais conhecida, como citamos anteriormente, é a Calculadora do Cidadão, um instrumento feito pelo Banco do Brasil. Porém, vale lembrar que ela serve somente para analisar o valor do juro simples.

Mas se você deseja descobrir a taxa das outras categorias, existem outras calculadoras virtuais que podem ser encontradas online e realizam esse procedimento sem precisar conhecer de matemática financeira a fundo.

Se a sua intenção é começar uma aplicação mas não consegue decidir devido ao juros de cada opção, uma indicação é contratar os serviços de um consultor de investimentos para ajudar no processo de escolha!

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).