Letra de câmbio: entenda o que é e como investir

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Letra de câmbio: entenda o que é e como investir

Os investidores buscam ampliar suas opções para garantir melhores resultados. Uma das opções seguras para investimento é a Letra de Câmbio.

Assim como CDB, LCI e outros, a Letra de Câmbio faz parte dos investimentos de renda fixa. Por isso, é seguro como a poupança e pode ter um rendimento maior do que a caderneta. 

O que é letra de câmbio?

A Letra de Câmbio (ou LC) é um título de crédito no qual o investidor empresta capital para uma empresa e recebe o valor emprestado com juros calculados no período em que o dinheiro foi emprestado. Esse investimento surgiu como câmbio de moeda entre comerciantes. 

Faz parte dos investimentos como CDB, LCI e outros. Dessa forma, é considerado investimento de renda fixa e tem rentabilidade maior que a poupança, mas com a mesma segurança. 

A LC, eventualmente é comparada ao CDB pela semelhança. Mas, apesar disso, não são investimentos iguais, porque enquanto o CDB é emitido apenas por bancos, as LCs são emitidas por financeiras. 

Como funciona?

 Letra de câmbio: entenda o que é e como investir

A letra de câmbio funciona como a maioria dos investimentos de renda fixa. Mas geralmente tem um valor inicial maior do que os outros como CDB e tesouro direto, em torno de R$ 30 mil. 

Além disso, não oferecem liquidez diária e têm um vencimento médio entre 2 e 3 anos. Por isso, são investimentos indicados para pessoas que buscam estratégias no longo prazo, não sendo uma opção indicada para reserva de emergência. 

Por ser algo a longo prazo, as LCs têm carência relacionada ao vencimento. Sendo assim, o investidor não pode retirar o valor investido antes do prazo final. No entanto, em contrapartida, quanto mais longa for a LC, maior será o rendimento para o investidor.

Assim como outros investimentos de renda fixa, como CDB e Tesouro direto, as LCs estão sujeitas às mesmas tributações estabelecidas no direito empresarial. Dessa maneira, quanto mais tempo o investimento está feito, menor será a incidência no imposto de renda declarado. 

  • Até 6 meses – 22,5% 
  • Entre 6 meses e 1 ano – 20% 
  • Entre 1 e 2 anos – 17,5% 
  • 2 anos ou mais – 25%

Quais os tipos de letra de câmbio?

As LCs são divididas em três tipos que estão separados de acordo com a remuneração do investimento. São eles:

  • Prefixados
  • Pós Fixados
  • Híbrida

As LCs prefixadas têm a rentabilidade conhecida no momento da compra e não têm o valor alterado durante o período. Por esse motivo, as Letras de Câmbio prefixadas são indicadas quando há perspectiva de queda nos juros da economia. 

Um objetivo que pode ser atrelado ao investimento na LC é investir com foco em receber um valor exato no futuro. Isso porque você investe sabendo o quanto irá receber no dia do resgate, sem volatilidade do valor. 

Já as LCs pós-fixadas têm seu rendimento atrelado ao CDI. Dessa forma, o valor varia de acordo com ele. Assim, se investir no pós-fixado, você só saberá o valor da rentabilidade realmente no momento do vencimento. 

Sendo assim, é indicado, antes de realizar esse investimento, é indicado fazer uma simulação para ter uma previsão do quanto o dinheiro investimento vai render até a data do resgate.

É importante levar em conta que, se o indicador da sua LC subir, os rendimentos aumentam. Em contrapartida, se esse indicativo desce, os investimentos perdem rendimento.

Esse investimento é indicado para diversos momentos e objetivos, como aposentadoria, viagens mais caras ou até casamentos. 

E por último, a LC híbrida tem características tanto da prefixada, quanto da pós-ficada. Essa opção tem o rendimento fixo prefixado junto com a variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). 

Por essas características, a LC híbrida é ideal para o investidor que quer manter o poder de compra no futuro e ainda ter ganhos sobre a inflação. Por isso é indicado para objetivos de médio a longo prazo.

Vantagens e desvantagens 

As letras de câmbio, apesar de seguras e confiáveis, também contam com suas desvantagens. Entretanto, apesar disso, ainda são consideradas ótimas opções de investimento.

Suas principais vantagens são a rentabilidade e a segurança. Ademais, rendem mais que a poupança. Assim, são opções para diversificar a carteira de investimentos, tendo garantia do FGC e na opção do prefixado.

Mas a principal desvantagem da LC é que não há opção para quem deseja um investimento de liquidez diária. Todas as opções envolvem um prazo considerável para retornar com rentabilidade. 

Por isso, as LCs não são usadas em reserva de emergência ou como investimento de curto prazo. 

Há, também, outras desvantagens. A primeira é que a quantia mínima exigida para investir na LC é, geralmente, maior do que as LCIs, LCAs e o Tesouro Direto. Além disso, é um investimento com cobrança do imposto de renda. 

Outra questão a se levar em conta é que a LC não serve como garantia para operações na Bolsa de Valores, e os emissores de LCs geralmente tem mais risco de crédito do que os emissores de CDBs.

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Riscos da LC 

As letras de câmbio são consideradas opções muito seguras de título. Por isso, tem riscos baixíssimos. 

Essa opção de título é protegida pelo Fundo Garantidor de Crédito, o FGC. Dessa maneira, todo investidor de LC tem cobertura de até R$250 mil por CPF em cada instituição de investimento. 

Mas mesmo com essa segurança do FGC, as LCs são atreladas às financeiras e, por isso, é importante lembrar que essas instituições financeiras são mais frágeis que os bancos tradicionais. Ou seja, elas têm mais chance de quebrar e não ter capital para pagar o investidor. 

Assim, é indicado para o investidor de LC conferir a solidez da instituição que emitiu o título antes de escolher onde investir, especialmente se for aplicar um valor maior do que o garantido pelo FGC. 

Por fim, se você deseja investir em uma Letra de Câmbio basta ter uma conta em uma corretora que tem essa opção de investimentos, ter a quantia mínima para investir e escolher a opção de LC mais alinhada com seus objetivos.

 

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).