SFI – Sistema Financeiro Imobiliário: entenda como funciona

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SFI - Sistema Financeiro Imobiliário: entenda como funciona

O SFI é uma alternativa ao modelo de financiamento mais popular conhecido como Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Trata-se de um modelo mais flexível, por isso engloba outros perfis de públicos com necessidades específicas.

Qualquer pessoa pode obter um financiamento via SFI, no entanto, precisa ter condições de arcar com suas despesas que costumam ser mais caras em relação ao sistema SFH.

O que é SFI?

SFI é a sigla de Sistema Financeiro Imobiliário. Trata-se de uma das modalidades de financiamento de imóveis existentes que visa proporcionar facilidades para a compra de imóveis.

Considerando que boa parte da população brasileira não tem condições de adquirir um imóvel a curto prazo, foram elaborados sistemas de financiamento para impulsionar o crescimento da moradia no país.

O SFI é um desses modelos de financiamento. O outro se trata do SFH, citado no início do artigo, sem dúvida mais popular e que merece uma explicação mais detalhada para podermos entender com melhor clareza o SFI.

SFH (Sistema Financeiro de Habitação)

O Sistema Financeiro Imobiliário foi instituído em 1964 como alternativa do Governo Federal para facilitar a aquisição de imóveis por parte de pessoas de baixa renda.

Para fazer parte do grupo a se beneficiar com as vantagens que proporciona, é necessário atender uma série de requisitos e se submeter a trâmites burocráticos.

O Estado, por meio de banco público, auxilia o pagamento de aquisição de imóveis cobrindo 70% do valor do imóvel e cobrando mensalidades longevas a juros baixos para reaver o investimento.

Contudo, não é todo e qualquer imóvel que pode ser financiado, e o candidato tem que atender alguns requisitos para se enquadrar no SFH.

Alguns desses requisitos:

  • o imóvel tem que ter valor máximo de 950 mil reais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Nos demais estados, esse valor diminui para 800 mil;
  • as parcelas do financiamento não podem exceder 30% da renda bruta;
  • tempo máximo de conclusão do pagamento: 35 anos;
  • financiamento válido apenas para pessoas físicas;
  • taxa de juros não excede 12% ao ano.

Como funciona o SFI?

E onde entra o SFI nessa história? Ele se trata de um modelo de financiamento alternativo, isto é, os requisitos são outros. E, sem dúvida, é mais inclusivo.

O SFI é um sistema de financiamento mais recente, surgido em 1997 pela Lei 9.514. O motivo de criação foi o de oferecer um sistema de financiamento para o grupo de pessoas que não se enquadravam no proposto pelo SFH.

Ele engloba todos os financiamentos que não estão contemplados pelo SFH.

Qual seria, então, o diferencial de seus requisitos? Quem pode adquirir um imóvel via SFI? Quais são as principais características do SFI?

Sem dúvida, a principal diferença está na flexibilidade de seus requisitos. Por exemplo, no SFI não há limite de valor do imóvel.

Outra diferença é que o valor concedido de financiamento chega a até 90% do total. No SFH, o valor chega a até 70%.

Outra facilidade: não há um limite quanto ao comprometimento da renda. Isso significa que você pode pagar parcelas mais altas e assim terminar de quitar o financiamento em menos tempo.

Outros diferenciais:

  1. oferta tanto para pessoas físicas como jurídicas;
  2. variação de juros (12% a 16% ao ano);
  3. tempo limite: 35 anos.

Ou seja, nota-se que o SFI é indicado para pessoas com poder aquisitivo maior e mais consolidado, perfis que têm condições de pagar parcelas mais altas e pagar juros altos. Os interessados poderão financiar qualquer tipo de imóvel e quitá-los em menos tempo.

Há algumas similaridades com o SFH, como o tempo máximo de pagamento, mas no geral suas diferenças são mais numerosas e perceptíveis.

A origem do dinheiro da SFI

Certamente, essa é uma curiosidade que surge ao considerar que o SFH tem financiamento público. Qual seria a fonte de dinheiro para o SFI? Seria outro braço de investimento do governo para habitação?

Não. O SFI tem como principal fonte de recursos o sistema privado, isto é, instituições como bancos e financeiras, em suma, investidores do setor imobiliário.

O FGTS não é aplicável para o SFI, somente para financiamentos pelo SFH. Nesse caso, usa-se o FGTS para abater parte da dívida.

Onde se encaixa o Minha Casa Minha Vida?

Mas onde se encaixa o programa “Casa Verde e Amarela“, conhecido anteriormente como “Minha Casa Minha Vida“?

O programa se encaixa entre as possibilidades de financiamento via SFH, pois se destina para pessoas de baixa renda que, sem apoio governamental, não têm condições de investir em uma casa própria.

Qual a melhor opção: SFI ou SFH?

Em primeiro lugar, é fundamental que você entenda bem os critérios de cada tipo de modelo de financiamento habitacional para que perceba suas vantagens e desvantagens. Em segundo lugar, você precisa ter total ciência de sua vida financeira.

A partir dessas informações, você certamente terá condições de fazer uma análise criteriosa para chegar a uma conclusão sobre qual modelo melhor atende suas necessidades.

O que não pode faltar nas suas avaliações, são questões como as condições de contratação. Por exemplo, os valores trabalhados, o que será cobrado mensalmente e, principalmente, a carga de juros.

Não esqueça de examinar o tempo de quitação da casa para não se arrepender depois. Também avalie o quanto a sua renda familiar ficará comprometida.

O fundamental para a tomada de uma decisão acertada é ter planejamento. Avaliar o presente e prognosticar o futuro a partir deste presente com as condições impostas por ambos os modelos de financiamentos é essencial.

Certamente, o SFH é mais indicado para pessoas de baixa renda que não podem comprometer muito de seu orçamento familiar. O SFI, por ser um sistema mais flexível, se trata de um modelo mais adequado a pessoas com poder aquisitivo mais elevado.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).