Shareholders Yield: entenda como calcular e utilizar esse indicador

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Para que seja possível analisar ações e decidir, via inúmeros fatores, adicionar ou não ela ao portfólio, o investidor se depara com vários indicadores. Um desse indicadores é o denominada Shareholders yield.

O Shareholders yield, criado pelo investidor William Priest, visa demonstrar o retorno das ações tanto por sua valorização quanto pela distribuição de dividendos.

O que é o Shareholders yield?

O indicador criado por William Priest em seu artigo “The case for shareholder yield as a dominant driver of future equity returns”, tem como objetivo mensurar qual o retorno de uma ação com base em três fatores:

    1. Dividendos recebidos
    2. Redução de débitos
    3. Recompra de ações

A análise das ações via shareholder yield leva em consideração, principalmente, o caixa das empresas, uma vez que dele advém a distribuição de dividendos ou a recompra de ações, formas de remunerar o acionista.

Essa remuneração vem dos proventos ou da valorização das ações dentro do mercado secundário. Dessa maneira, caso a empresa apresente um montante relevante em caixa ela poderá distribuir melhores dividendos.

Além do pagamento dos proventos, ela pode usar o caixa para recomprar as ações, o que é um indicativo de solidez da empresa para o mercado e que pode desaguar na valorização das ações.

Como calcular o Shareholders Yield?

A premissa básica para o cálculo do indicador é analisar um período de pelo menos 12 meses dos indicadores de dividendos pagos, recompra de ações e variação da dívida líquida.

A partir desses fatores, a fórmula do shareholder yield é a seguinte:

Shareholders Yield = Dividendos + (Recompra de Ações – ações emitidas) + Variação da Dívida Líquida / Valor de Mercado

Importante perceber, que a variação da dívida liquida na fórmula pode impactar o dividendo, diluindo-o. Essa diluição faz com que a análise do indicador, ao compará-lo com o dividend yield, demande algumas ponderações adicionais.

Dentre as ponderações possíveis estão a recompra ou não das ações por parte da companhia e a magnitude da redução da dívida líquida.

Importante analisar essas questões, uma vez que existe a possibilidade de empresa com dividend yield alto apresentar um shareholder yield menor do que o de uma empresa com o dividend yield menor.

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Como analisar o shareholders yield?

Antes de partir para a forma como o indicador pode ser utilizado, faz-se necessário enfatizar que o indicador não pode ser utilizado para análise de ações do setor financeiro.

Assim, o shareholder yield busca demonstrar o potencial de retorno da ação para o acionista, seja em momentos de estagnação do preço ou de não crescimento da firma.

Dessa maneira, uma métrica a ser utilizada é definir um valor arbitrário, como 9% e, com base no cálculo do indicador, definir aquelas ações que apresentam valores acima do estabelecido para o indicador.

A relevância do indicador na hora de avaliar a remuneração que a empresa paga ao acionista, está ligada ao fato dele considerar mais variáveis do que o dividend yield.

Nesse sentido, ao considerar os dividendos, a recompra de ações e a variação da dívida liquida, o shareholder yield é mais efetivo no momento de definir a alocação em uma empresa a partir da sua remuneração ao acionista.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).