Sistemas econômicos: conheça os principais e veja como funcionam

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Sistemas Econômicos: Conheça os Principais e Veja Como Funcionam

Desde que a humanidade existe, ela é formada por sistemas econômicos. Ainda que sua forma de organização tenha variado muito ao longo da História, sendo algumas mais simples e outras muito mais elaboradas, é através desses sistemas que ela consegue funcionar.

Atualmente, há dois tipos de sistemas econômicos no mundo. Um deles, predominante, é o capitalismo. O outro, adotado em grande número de países durante o período da Guerra Fria, é o socialismo. Esse sistema, contudo, resiste em poucos lugares atualmente.

O que são sistemas econômicos?

Os sistemas econômicos ao longo da história são como uma sociedade se organiza em termos de modelo de produção, de distribuição e de consumo dos bens e serviços.

Assim sendo, o sistema de produção é formado por todos os agentes – pessoas, instituições, meios de produção, etc – e pela forma como eles se organizam e se relacionam.

Ao longo da História, vários sistemas econômicos existiram, cada um com características próprias. Houve desde o comunismo primitivo até modelos de mercantilismo.

Na Idade Média, prevaleceu o sistema feudal, baseado na agricultura de subsistência e de posse de terras. Houve ainda modelos amparados na escravidão, entre outros.

Tipos de sistemas econômicos e suas características

Atualmente, existem dois tipos de sistemas econômicos vigentes.

O capitalismo é adotado na maior parte do mundo, ganhando status de sistema dominante com o fim da Guerra Fria. Por outro lado, o socialismo resiste em alguns poucos países. Cuba e Coreia do Norte são dois exemplos clássicos.

Conheça a diferença entre os modelos a seguir.

Capitalismo

Trata-se de um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção. Visa o lucro e a acumulação de riquezas.

O capitalismo prega a livre iniciativa e o livre mercado, com nenhuma ou pouca intervenção do Estado. A teoria neste sistema é que a economia se autorregula graças à lei da oferta e procura.

No sistema econômico capitalista, a presença do Estado é mínima. Ela deve se restringir a poucos aspectos, em geral para garantir a propriedade privada e a estabilidade da economia.

No capitalismo, existe a divisão em duas classes: os capitalistas, que são os donos dos meios de produção – empresas, máquinas, terras produtivas, etc – e os proletários. Nesse grupo, formado pela maioria da população, as pessoas vendem sua força de trabalho em troca de um salário.

Este sistema econômico tem algumas vantagens. Devido à livre iniciativa e a busca por lucro, ele permitiu muitos avanços tecnológicos. A produção de bens e produtos, além de ampla e diversificada, é mais eficiente.

Há, porém, consequências negativas. O sistema capitalista é marcado por grande desigualdade social, visto que a busca por acúmulo de bens é constante.

Em resumo:

  • Propriedade privada;
  • Livre mercado;
  • Livre iniciativa.

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Socialismo

Em contraste com o capitalismo, no sistema econômico socialista os bens de produção seriam coletivos e não mais propriedade privada. Defende a transformação de uma sociedade que visa o lucro e a acumulação em uma sociedade igualitária

No socialismo, a presença do Estado é forte. A economia é planificada e totalmente controlada pelo Governo. Assim, o Estado detém o poder de controlar salários, regular produção e estoque.

Como resultado, não há divisão de classes. Afinal, se a economia é planificada e a sociedade controla os bens de produção, não existem patrões e empregados.

Há duas vertentes do sistema econômico socialista. Uma delas é o socialismo utópico, e foi a primeira linha de pensamento do modelo.

Os teóricos do socialismo utópico eram considerados reformadores, uma vez que basicamente se detinham a mudar o capitalismo.

Eles não levavam em conta, por exemplo, a forma como a sociedade era de fato organizada. Essa linha defende a união e a cooperação de classes e a busca de igualdade social.

Por outro lado, o socialismo científico defende a transformação da sociedade a partir do modelo como ela. É a linha mais conhecida, e tem como teóricos principais Karl Marx e Friedrich Engels.

Essa linha de pensamento defende a transformação da sociedade capitalista para a sociedade socialista a partir de governos.

Assim, os meios de produção seriam socializados pelo Governo. A propriedade privada seria extinta. Não haveria mais diferença entre trabalho intelectual e material.

Em resumo:

  • Não há propriedade privada;
  • Economia planificada;
  • Sem diferenciação dos trabalhos.

Como se organiza o sistema econômico brasileiro?

Assim como a maior parte dos países, o sistema econômico brasileiro é o capitalista.

O país propõe, por conseguinte, o livre mercado, a livre iniciativa e a propriedade privada. Na prática, porém, não é bem assim que nosso sistema econômico funciona.

O Brasil adota o que se convencionou chamar de “capitalismo de Estado“, uma vez que o Governo detém participação em centenas de empresas, intervém muito na economia e apresenta uma série de dificuldades para o comércio internacional.

Sistemas econômicos ao longo da história

Atualmente, as características dos sistemas econômicos, mundo afora se resumem ao capitalismo (dominante) e ao socialismo.

Ao longo da História, contudo, vários outros existiram. Os principais deles foram o primitivo, o asiático, o escravista e o feudal:

  1. Sistema Primitivo: baseado na caça, pesca e coleta de frutos e raízes. Foi a primeira forma de organização da sociedade;
  2. Sistema Asiático: todas as terras eram do Estado. Para trabalhar nelas, as pessoas eram obrigadas a pagar impostos. Às vezes, tinham de trabalhar apenas para o estado;
  3. Sistema Escravista: como o nome sugere, era baseado na dominação de povos para atuarem no trabalho de escravo;
  4. Sistema Feudal: baseado na agricultura de subsistência. Quem não tinha a posse da terra, pagava para usá-la.

Considerações finais

Sistemas econômicos existem como forma de organização da sociedade desde que os seres humanos passaram a interagir. Foram desde modelos simples até os mais complexos.

Pode-se dizer, contudo, que cada um dos sistemas econômicos ao longo da História serviram como base para evolução dos modelos adotados posteriormente.

Nos últimos séculos, os dois sistemas que permaneceram são basicamente o capitalismo e o socialismo. Apesar de, em tese, serem apenas dois, há variações de modelo e da forma como vigoram em cada país.

O sistema econômico capitalista é predominante no mundo. Alguns países, em especial os Estados Unidos e outros da Europa Ocidental, adotam um modelo com maiores liberdades econômicas e individuais, apoiando a livre iniciativa e a competição.

O Brasil, por sua vez, possui o que se convencionou chamar de capitalismo de Estado. Isso porque, apesar de propor o livre mercado e a propriedade privada, na prática tem presença forte do Estado na economia.

Isso pode ser constatado, por exemplo, na enorme participação do Governo em empresas – há mais de 600, sejam estatais, públicas ou com algum tipo de participação acionária.

O Governo brasileiro também impõe uma série de regras econômicas e determinadas barreiras para o comércio com outros países.

Os sistemas econômicos evoluem ao longo da História. Há vantagens e desvantagens em todos eles. Por isso, toda crítica aos modelos é justa. Mas, com erros e acertos, eles são fundamentais para organizar a sociedade.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).