WACC: saiba mais sobre o Custo Médio Ponderado de Capital

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WACC: Saiba Mais Sobre o Custo Médio Ponderado de Capital

Independente do tempo de atuação no mercado, todos os investidores da área têm preocupações relacionadas as garantias existentes ao se realizar um investimento. Todavia, existem formas de medir as possibilidades de retorno, fazendo com que aquele investimento se torne mais certo, e, entre esses métodos, está o WACC.

Sendo utilizado especialmente na área da contabilidade, o WACC é um medidor com boa utilidade no momento de se estudar sobre o retorno que determinado investimento possibilita, não à toa é utilizado por profissionais do mercado financeiro, como o gestor financeiro, por exemplo.

O que é o WACC

Sigla que vem de Weighted Average Capital Cost (Custo Médio Ponderado de Capital), o WACC é um indicador que representa a utilização do custo de capital ou da taxa de desconto em uma análise de retorno.

Assim, quando este valor aumenta, existe um indicativo que o retorno sobre patrimônio do negócio também teve um amento.

Vale ressaltar que dentro do WACC estão inclusos todas as fontes de capital que uma empresa possui, de forma que é possível listar três exemplos, são eles:

  • Dívidas de longo prazo;
  • Títulos;
  • Ações ordinárias e ações preferências.

Dessa forma, é possível compreender o porquê deste indicador ter relevância para quem atua no mercado.

Portanto, é necessário entender como se faz para se chegar a este valor, isso é, seu cálculo.

Cálculo do Custo Médio Ponderado de Capital

Para se Calcular o WACC é utilizado a seguinte fórmula:

  • WACC = E/V x Re + D/V x Rd x (1-Tc)

Como é possível perceber, está não é das equações mais simples relacionadas à indicadores.

Além disso, vale ressaltar que a fórmula utilizada para se chegar ao Custo Médio Ponderado de Capital gera certas divergências no meio.

Ainda assim, podemos explicar a equação citada anteriormente da seguinte forma:

  • E = valor de marcado referente ao patrimônio do negócio;
  • D = valor de mercado referente à dívida do negócio;
  • V = valor total de mercado de um negócio, somando dívida e patrimônio (E + D);
  • Re = custo de capital;
  • De = custo da dívida;
  • E/V = a porcentagem do financiamento que é relacionada ao patrimônio;
  • E/D = a porcentagem do financiamento que é relacionada à dívida;
  • Tc = taxa de impostos.

Assim, é possível perceber que é uma fórmula com um grau de complexidade. Sendo que o custo de capital, o RE, merece uma atenção à parte.

Isso porque este valor não possuí um valor exato dentro de um balanço financeiro empresarial.

Afinal, ainda que a dívida de um negócio tenha um valor de juros pré-estabelecido, sendo este dependente de tamanho e tempo da dívida, o mesmo não acontece com patrimônio.

Ou seja, mesmo tendo um custo de capital próprio, o patrimônio não possui um preço “real”, sendo que parte dele é formado pela análise e avaliação realizada pela empresa.

Tal conceito é complexo e debatido com frequência dentro da contabilidade. Não à toa, este é um dos principais motivos para que a fórmula do WACC cause discordância no meio.

Ainda assim, não deixa de ser relevante o entendimento sobre este cálculo, pois o WACC é uma representação do risco que uma companhia oferece aos seus investidores externos.

Por isso, quanto maior o risco representado, maior deve ser o retorno por parte do negócio. Cabe aos investidores e profissionais da área ficarem atentos a está relação.

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Utilidade do WACC

Como visto até aqui, o WACC é um indicador utilizado para medir o quanto uma empresa oferece de retorno aos seus acionistas, sendo que através de sua estrutura também é possível encontrar negócios com potencial de mercado.

Dessa forma, é possível identificar sua aplicação para investidores que desejam ter uma renda ativa.

Todavia, como também foi citado, este é um indicador com certa complexidade, especialmente na questão que envolve sua fórmula.

Por tanto, entender sua aplicação se torna uma tarefa importante para aqueles que desejam utilizar o Custo Médio Ponderado de Capital como base de análise.

Aplicação do Custo Médio Ponderado de Capital

Tanto para investidores, quanto para profissionais do mercado financeiro, o WACC, quando bem utilizado, tende a ser de grande serventia.

Isso porque este método de análise serve como uma forma de definir se um investimento é interessante ou não, podendo ser considerado uma taxa mínima aceitável para que seja realizado o investimento.

Não à toa, diversas empresas se utilizam deste dado para atrair novos investidos, sendo que está prática é ainda mais frequente em startups que buscam investidores-anjo.

Para ficar mais claro, imagine o seguinte exemplo:

Um determinado negócio possui retornos de 20%, enquanto seu WACC é de 15%. Assim, temos que a empresa consegue obter 5% de retorno sobre todo o capital que é investidor.

Ou seja, se torna um negócio interessante para investidor, afinal aquele negócio está se mostrando rentável e apresentando potencial.

Todavia, imagine uma situação em que o Custo Médio Ponderado de Capital é superior aos retornos que o negócio possui.

Neste contexto, é possível perceber que a empresa está perdendo dinheiro, nesse sentido, se faz necessário ter atenção antes de se investir em um negócio deste tipo.

Cuidados na aplicação

Por fim, mas não menos importante, existem a necessidade de se ter cuidados ao se utilizar o Custo Médio Ponderado de Capital.

Como citado anteriormente, empresas que buscam captar aportes financeiros tendem apresentar uma WACC interessante.

Todavia, isto nem sempre que dizer um bom negócio para o investidor.

Afinal, quanto menor é a dependência de uma empresa por capital de terceiros, melhor será sua condição financeiro. Em contrapartida, o Custo Médio Ponderado de Capital destes negócios também é inferior.

Dessa forma, é necessário o investidor compreender quanto de capital próprio a empresa possui, isto vale, em especial, para negócios que estão começando.

Contudo, um WACC baixo não quer dizer que o investidor deve fugir daquele investimento, pois ele pode deixar uma boa oportunidade de negócio.

Portanto, é fundamental que quem atua no mercado entenda a importância do Custo Médio Ponderado de Capital e saiba usá-lo.

Ao mesmo tempo, compreenda que a utilização do WACC não deve ser feita isoladamente, isso é, o modo mais eficiente para se utilizar está métrica e combinando com outros indicadores. Através desta matemática financeira, é possível se obter resultados melhores e equilibrar os riscos.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).