Administrador de carteira: o que faz esse profissional?

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Administrador de carteira: o que é e qual o papel deste profissional?

Dentro do mundo dos investimentos, existem profissionais cruciais para o bom funcionamento do capital. Para isso, temos o administrador de carteira, uma pessoa crucial quando falamos na gestão do dinheiro de quem investiu.

Isso ocorre a medida em que, uma vez contratado, o administrador de carteira se torna totalmente livre para comprar ou então vender ativos, formando a carteira de investimentos da pessoa que o admitiu.

O que é um administrador de carteira?

O administrador de carteira é o profissional responsável por gerir o dinheiro colocado em investimentos pela pessoa que o contratou.

Carteira é o nome dado a composição do capital, ou seja, dos ativos financeiros que foram escolhidos para compor o investimento.

Ela pode ser entendida também como uma estratégia aderida a fim de aumentar os rendimentos dentro do mercado financeiro.

E para montá-la da melhor forma, é necessário ter em mente os três possíveis tipos de perfis dentro do mundo dos investimentos, sendo eles:

  • agressivo: não se importa em correr riscos pois o rendimento pode ser ainda maior em situações de alto risco;
  • moderado: aproveita de títulos de renda fixa, mas investe também em alguns de renda variável;
  • conservador: preserva o capital e tem baixa tolerância a perdas, ao mesmo tempo em que assume poucos riscos que comprometam o investimento.

No entanto, cabe pontuar que a escolha de quais serão os ativos que irão compor a carteira é feita pelo administrador de carteira de investimentos.

Ele é ainda a pessoa responsável por tomar todas as decisões sobre o que será feito com o dinheiro, cabendo a ele trazer resultado positivo para a pessoa que o contratou.

Vale lembrar que pode existir ainda o administrador de carteira de valores mobiliários, profissional voltado exclusivamente para manutenção e gestão da carteira de valores mobiliários.

Ambos têm uma ocupação parecida, mas a diferença se dá no ponto em que este profissional, por sua vez, atua diretamente sobre valores mobiliários, podendo aplicar recursos financeiros neste mercado.

Qual a função de um administrador de carteira?

Como falamos anteriormente, a principal responsabilidade de um profissional deste ramo é a gestão do dinheiro do cliente que o contratou.

Logo, podemos entender que cabe aos administradores de carteira cumprir uma série de regras estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários.

Dentre elas, temos o cumprimento de exigências técnicas para o cargo e a transparência sobre carteiras de administração.

Isso ocorre porque é preciso ser autorizado pela CVM para poder exercer este cargo tendo em vista que o dinheiro investido será confiado a este profissional.

E para isso é necessário que o investidor tenha total confiança no procedimento, comprovado pela autorização da CVM.

Além disso, a fiscalização sobre este tipo de trabalho é alta por envolver o mercado financeiro.

Por outro lado, a pessoa responsável pela administração de carteira, seja física ou jurídica, é responsável civil e administrativamente por prejuízos.

Estes podem ser oriundos de atos dolosos, culposos ou até mesmo por infração de leis.

Consequentemente, se houver algum tipo de fraude ou crime, é o administrador que será julgado, e não a pessoa que o contratou.

E quanto ao gestor de carteira, ele possui um tipo de ação parecida a de um gestor financeiro, ou seja, ele toma decisões de como aplicar os recursos do fundo, sendo também responsável por desenvolver estratégias.

Quando este profissional se encontra dentro de uma empresa, quais objetivos as atitudes tomadas por ele devem visar?

Porém, cabe ressaltar que a norma diz que, para poder realizar a administração de carteira, deve existir um afastamento por parte do profissional de outras atividades exercidas.

E os procedimentos tomados por este profissional dentro de uma empresa devem ter os seguintes objetivos:

  1. separar fisicamente as áreas de diferentes atividades relacionadas ao mercado financeiro;
  2. definição clara, e precisa, sobre as práticas que asseguram um bom uso de instalações, equipamentos ou arquivos comuns a mais do que um setor de uma organização;
  3. preservar informações confidenciais dos administradores, colaboradores e funcionários, proibindo que ocorra transferência destes dados para pessoas que não estão habilitadas;
  4. implementar um programa de treinamento para que todos os funcionários da empresa tenham o mesmo conhecimento;
  5. acesso restrito a arquivos e adesão de controle a fim de restringir e permitir identificar quem tem acesso às informações.

Por último, outra finalidade é o estabelecimento de políticas que se relacionam com a compra e venda de valores mobiliários pelos funcionários, diretores e administradores da empresa.

Como posso me tornar um profissional deste ramo?

A primeiro momento, é necessário que o profissional ter registro no CFA ou CRA. E para ambos os órgãos existem três tipos de registros: o azul, o verde e o cinza.

Para o azul, é necessário ser bacharel em:

  • administração;
  • gestão pública;
  • gestão de políticas públicas.

Já a Carteira de Identidade Profissional verde é para:

  • mestres em administração;
  • doutores em administração;
  • bacharel em curso superior conexo ao de administração;
  • diplomados em cursos superiores de tecnologia ou em cursos sequenciais de formação específica conexos à
  • administração;
  • técnicos em administração de nível médio.

Para a carteira cinza, por sua vez, temos estrangeiros autorizados a trabalhar em nosso país.

E para conquistar o registro profissional, é necessário entrar em contato com o CRA do Estado ao qual a pessoa mora.

Junto deste contato, deve-se estar com o diploma registrado na universidade credenciada pelo MEC, com declaração de conclusão de curso.

Com o registro, o profissional pode, então, exercer a sua profissão como administrador.

Uma vez tendo o registro, pessoas físicas ou jurídicas podem solicitar, através da ANBIMA, a habilitação de administradores de carteira com a CVM.

Contudo, para pessoas físicas é obrigatório possuir a Certificação de Gestores ANBIMA, conhecida como CGA, em casos onde a instituição segue o código de certificação da ANBIMA.

E a autorização da CVM é necessária uma vez que assim o profissional mostra ser experiente e comprovado, gerando confiança para quem o contratar.

Além disso, dentre as opções de certificados financeiros, existe a certificação administrador de carteira para quem quer seguir carreira neste ramo.

Quanto tempo demora para ser aprovado pela CVM?

Quando falamos em prazo, podemos analisar que os procedimentos para a avaliação ocorrem da seguinte forma:

  • análise prévia (feita pela ANBIMA): 35 dias úteis;
  • elaboração de ofício (ANBIMA ou CVM): 10 dias úteis:
  • resposta ao primeiro ofício: 20 dias úteis;
  • análise da resposta ao ofício, podendo necessitar um segundo ofício (ANBIMA): 20 dias úteis;
  • análise da resposta ao primeiro ofício e/ou validação do segundo (CVM): 10 dias úteis;
  • resposta ao segundo ofício (empresa): 10 dias úteis;
  • análise da resposta ao segundo ofício (ANBIMA): 20 dias úteis;
  • análise do segundo ofício e deferimento (CVM): 10 dias úteis.

Todas as informações acima foram retiradas do próprio site da ANBIMA, e totalizam um período máximo de 135 dias úteis.

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O que é ter a carteira administrada?

De forma simples, ter uma carteira administrada é incumbir a gestão dos seus investimentos a um especialista.

A intenção desta ação é a de liberar o dono do dinheiro da obrigação de estudar, acompanhar e entender o mercado financeiro.

Afinal, através da carteira administrada ele encontra uma gestão feita por um profissional.

Porém, existem dois pontos que o investidor deve ter em mente.

O primeiro é que contratar um administrador não é garantia certa de que ele ganhará dinheiro. E o segundo é que esta ação não impede que ele acompanhe e avalie o que está sendo feito.

Na verdade, a recomendação é que o investidor esteja sempre analisando as ações do administrador.

Em contraponto, a carteira administrada não é um tipo de produto ou ativo financeiro, e sim um serviço prestado ao investidor.

Existem vantagens em ter um administrador de carteira?

Existem vantagens em ter um administrador de carteira

Por fim, separamos os benefícios gerados por ter uma carteira administrada. Confira conosco:

  1. vantagem técnica uma vez que o especialista possui maior conhecimento e experiência com investimentos;
  2. possibilidade de contratar um gerenciamento personalizado de acordo com os objetivos financeiros;
  3. é um serviço mais transparente e melhor para o profissional por não existir conflito de interesses;
  4. o investidor não corre risco de tomar decisões por impulso, uma vez que o gestor o auxilia na tomada de decisão; e
  5. não é necessário contar com profissionais intermediários.

Por outro lado, existem algumas desvantagens também, todas elas citadas abaixo:

  1. utilizar a carteira administrada possui um valor a mais do que somente as taxas do mercado financeiro como impostos, por exemplo;
  2. sensação de dinheiro preso em níveis menores por não caber ao dono do capital a movimentação e escolha dos ativos;
  3. valor mínimo de R$1.000 para poder investir;
  4. a compensação de Imposto de Renda entre ganhos e perdas é mais restrita uma vez que só os produtos do mesmo tipo podem ser compensados;
  5. nem todos os ativos contam com retenção de IR na fonte, podendo ser necessário recolher uma guia mensal de IR.

Após entender melhor sobre a carreira do administrador de carteira, que tal dar o primeiro passo para começar a trabalhar no mercado financeiro? Confira os cursos do Certifiquei e prepare-se para tirar a sua certificação financeira.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).