Bancos Públicos: o que são e quais as diferenças para os Bancos Privados

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Com o surgimento e ascenção do comércio, em meados do século XVII, surgiu necessidade da criação de instituições para a guarda do papel moeda e a disponibilização de recursos, sendo uma dessas instituições os Bancos Públicos.

No Brasil, o primeiro Banco Público, mais especificamente o Banco do Brasil, surgiu junto com a vinda da família real portuguesa, no século XIX, a pedidos de Don João VI.

O que são bancos públicos?

Bancos Públicos são as instituições financeiras que tem seu controle total ou parcial, no caso de uma sociedade de economia mista, nas mãos do Estado. Nesse sentido, são utilizados como ferramenta para a implantação de políticas públicas e sociais.

Importante dizer, que existem tanto bancos púbicos nas mãos do Governo Federal quanto de Estados e Municípios, mesmo que esses apresentem menor relevância.

No Brasil, os principais Bancos Públicos ligados ao Governo Federal são:

    1. Banco do Brasil
    2. Caixa Econômica
    3. BNDES

Tipos de Instituições Financeiras

Antes de adentrar as instituições financeiras públicas presentes no Brasil, bem como as suas características e vantagens, é importante entender os tipos de instituições financeiras presentes no país.

Assim, uma das mais comuns são os Bancos Comerciais, que fazem o papel de intermediador entre aqueles agentes que poupam (superavitários) e os que não poupam (deficitários).

Nessa linha, fazendo papel parecido com o dos Bancos Comerciais, tem-se as Cooperativas de Crédito, que atuam em setores primários da economia e buscam desenvolver a região onde estão instaladas.

Por outro lado, existem também os Bancos de Desenvolvimento, que tem como principal expoente o BNDES. Eles são responsáveis por financiar empreendimentos que sejam benéficos ao desenvolvimento do país, preenchendo lacunas que os dois primeiros não alcançam.

Além dos já citados, tem-se as Sociedades de Créditos, Financiamentos e Investimentos, Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários, Sociedade de Arrendamento Mercantil, entre outros.

Quais são as instituições financeiras públicas brasileiras?

Conforme mencionado no decorrer do artigo, os Bancos Públicos vão muito além das instituições financeiras ligadas ao Governo Federal, associação comum quando se pensa em exemplos desse tipo de instituição.

Nesse sentido, apesar de em menor número, por conta do elevado percentual de falência dos Bancos Estaduais na década de 1990, ainda existem resquícios de instituições vinculadas ao Estado e, até mesmo, aos municípios.

Assim, entre os Bancos que são de responsabilidade e controle do Governo Federal estão o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES.

Importante salientar, que enquanto a Caixa Econômica Federal complementa os serviços disponibilizados pelo Banco do Brasil, uma vez que esse não atua veementemente com financiamento habitacional e de infraestrutura.

Diferentemente dos dois primeiros, o BNDES tem como foco o financiamento longo prazo e investimento em segmentos cruciais para o desenvolvimento da economia.

Em relação aos Bancos Públicos que estão vinculados ao Estado, tem-se:

  • Banco da Amazônia;
  • Banrisul;
  • BDMG.

Concluindo, um dos exemplos mais claros de Banco Público Municipal é o Banco de Brasília, criado em 1964 e que tem como maior acionista do Governo do Distrito Federal.

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Banco público vs banco privado

Para diferenciar o que é um banco público e o um banco privado, faz-se necessário lembrar que o banco público, por se tratar de uma instituição criada e gerenciada pelo Estado, não visa somente o lucro.

Com isso em mente, e sabendo que ele tem como foco atender a sociedade, o Banco Público atua exatamente onde os Bancos Privados não conseguem operar, promovendo, assim, o desenvolvimento econômico.

Por essa característica, eles têm um papel fundamental no que versa a inclusão bancária, visto que sem eles muitas pessoas não obteriam acesso a produtos essenciais ao seu dia a dia.

Dessa maneira, uma das principais diferenças entre as duas modalidades de banco é o foco em gerar ou não lucro. Soma-se a isso o fato de o banco Privado não sofrer influências políticas, o que impacta operacionalmente os Bancos Públicos.

Assim, por conta dessas duas características é normal que o mercado e as pessoas desconfiem das instituições ligadas ao Governo, o que reflete diretamente em seus preços no mercado de valores mobiliários.

Vantagens e desvantagens dos bancos públicos

O processo de escolha para o relacionamento com uma instituição financeira deve levar em consideração algumas características, sendo a primeira delas o menor custo no momento de realizar as operações no mercado financeiro.

Nesse contexto, tanto no que diz respeito a obtenção de crédito quanto a alocação das economias, os agentes econômicos mais conservadores tendem a preferir um relacionamento financeiro com os bancos públicos.

Por esse motivo, é normal, quando se pensa em produtos de investimento, que os bancos privados ofereçam melhores taxas, o que atrai de forma massiva aqueles agentes com perfil de moderado para arrojado.

Partindo para as principais vantagens de se abrir uma conta em um Banco Público, tem-se, primeiramente, a maior disponibilização de caixas eletrônicos em relação aos bancos privados e a possibilidade de acesso à internet banking.

No que versa a disponibilização de crédito, as taxas para realizar as operações são menores do que as de mercado, porém é importante se atentar que o processe de aprovação do crédito demora bem mais do que em outras instituições.

Ainda, os Bancos Públicos tendem a investir e aumentar a capacidade financeira dos agentes que necessitam de auxílios ou beneficiários de programas públicos implementados pelo Governo.

Por fim, importante lembrar que os Bancos Públicos são fundamentais para que o Governo, principalmente o Federal, consiga implementar políticas econômicas anticíclicas.

Considerações Finais

A escolha de um banco para realizar as operações do dia a dia deve levar em consideração não só os custos para ter acesso aos serviços, uma vez que existem os pacotes gratuitos em todas as instituições.

Nesse sentido, essa escolha deve passar também por conhecer a história do banco, os seus objetivos, os produtos que ele oferta e, principalmente, se são esses os produtos que necessita.

Assim, na hora de escolher por um Banco Público é primordial entender que apesar das taxas menores do que as do mercado, não será possível obter um atendimento altamente personalizado, com assessoria e consultoria, como ocorre em Bancos Privados.

 

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).