Commercial Papers: entenda mais sobre esse investimento

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Commercial Papers: entenda mais sobre esse investimento

Os investimentos têm muitas formas de serem feitos. Mesmo não sendo uma opção comum quando pensamos nisso, os commercial papers ainda são uma opção, especialmente no mercado financeiro do Brasil afora e para quem deseja investir em fundos de investimento. 

Ainda quem não almeja investir por meio de commercial papers, é importante conhecer porque é uma opção ofertada recorrentemente no mercado secundário. Sendo assim, é importante entender como funcionam. 

O que são commercial papers?

Commercial papers (também chamadas de notas promissórias) são um título de dívida de curto prazo emitido por instituições com o objetivo de capitalizar e obter recursos financeiros para atividades de curto prazo. 

Sendo assim, o commercial paper precisa ser emitido em até 360 dias até seu vencimento, caso a empresa em questão seja uma sociedade anônima de capital aberto. Ou seja, é um financiamento de curta duração. 

Por isso, para emitir por 360 dias, essa empresa precisa ser uma sociedade aberta. Ou seja, essas empresas permitem que seus acionistas negociem as ações na Bolsa de Valores. 

Em contrapartida, uma empresa de sociedade anônima de capital fechado tem um prazo de, no máximo, 180 dias. Ademais, para ter sua configuração como uma S.A. fechada, seus sócios não podem negociar suas ações na Bolsa de Valores.  

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Como emitir commercial papers?

Tanto a nota promissória comercial quanto as de valor mobiliário no formato de papel comercial são semelhantes à uma debênture e ao CDB, que é o Certificado de Depósito Bancário. 

Mas eles não têm a segurança do Fundo Garantidor de Crédito. Sendo assim, sem a garantia real de que o valor investido será restituído em caso de algum problema ou imprevisto. E diferente das debêntures, não são papéis de médio ou longo prazo. 

Em regras gerais, os commercial papers são feitos de forma pré-fixada ou pós-fixada, igual os títulos públicos. Sendo assim, eles precisam de alguns dados para emitir os papéis, como:

  • Condições
  • Garantias
  • Valor e divisão em bloco
  • Duração do título

Além disso, as empresas que vão emitir essas notas precisam ter o registro da CVM, que é a Comissão de Valores Mobiliários. Ademais, precisam escolher uma instituição financeira (que podem ser bancos, corretores, entre outras) para estruturar e organizar a emissão desse título. 

Vantagens e desvantagens

A primeira vantagem dos commercial papers é que sua emissão tem um custo menor para a empresa do que empréstimos bancários. Sendo assim, é uma alternativa mais viável para obter recursos para investimentos de curto prazo ou até para integrar o capital de giro.

Para o investidor, a vantagem é a boa liquidez dos commercial papers. Isso porque ele tem um prazo de validade curto. Sendo assim, não é preciso ter muito tempo para esperar o resgate dos rendimentos deste investimento. 

Porém os commercial papers também têm desvantagens. A principal, para o investidor, é que esse investimento é de risco, já que esses títulos não contam como garantia. Por isso, se uma empresa emissora falhar no retorno do valor pago, o processo para conseguir o dinheiro de volta é complicado e demorado.

E para a empresa emissora também há uma desvantagem: a negociação dos papéis é direta e sem intervenção de instituições financeiras. Com isso, a empresa emissora fica com um trabalho maior na organização da emissão e no controle de pagamento dos commercial papers. 

 

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).