NTN-B: o título de renda fixa que te protege da inflação

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A NTN-B é o título público federal que permite ao investidor manter o poder de compra da moeda ao longo do tempo, um dos maiores desafios para aqueles que iniciam nesse mundo.

Nesse sentido, uma vez que investir nada mais é do que reduzir consumo presente para, no futuro, manter ou aumentá-lo, a NTN-B será essencial para que o investidor ganhe da inflação no longo prazo.

O que é NTN-B?

A Nota do Tesouro Nacional série B, comumente conhecida como NTN-B, é um título de renda fixa emitido pelo Tesouro Nacional brasileiro e, tem como indexador, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Por esse motivo, a NTN-B também é chamada no mercado de Tesouro IPCA + e é um dos títulos que permite ao investidor obter retorno real acima da inflação.

No mercado são negociadas duas modalidades, a NTN-B e a NTN-B Principal, as quais se diferem no modo como ocorre o fluxo de caixa dos pagamentos.

Importante salientar, que ela é apenas um dos títulos que o Tesouro Nacional emite e que é negociado dentro da plataforma do Tesouro Direto, onde o risco de crédito atrelado a aplicação é do Governo Federal.

Dessa maneira, pode-se caracterizar, em resumo, a NTN-B como:

  • Título Público Federal;
  • Indexado a Inflação;
  • Com ou sem juros semestrais;
  • Baixo risco.

Como funciona a NTN-B?

Investir nesse título público, da mesma forma que ocorre ao investir nos demais títulos negociados no Tesouro Direto, pressupõe que o investidor está emprestado dinheiro ao governo.

Assim, com vistas a financiar os gastos fixados na Lei Orçamentária Anual, o governo emite os títulos e, por meio de leilões, os oferece para o mercado.

Frisa-se, que por se tratar de um título emitido pelo Tesouro Nacional o risco de crédito do investimento é do Governo Federal e, como é ele que emite a moeda, pode-se considerar o risco da NTN-B como um dos mais baixos do mercado.

Apesar de o governo gerar inflação ao emitir moeda, dentro de determinadas circunstâncias, por se tratar de um título que é indexado à inflação, o investidor está protegido da perda do poder de compra da moeda.

É importante dizer, que a NTN-B tem como juros a junção de uma taxa pós fixada, a qual tem como benchmark o IPCA mais uma taxa pré-fixada, a qual tende a mudar todos os dias, a depender do balanço de riscos. 

Entre os custos atrelados ao investimento, tem-se:

  1. Taxa de custódia;
  2. Imposto de renda;
  3. Imposto sobre Operações Financeiras

Qual a diferença entre NTN-B e NTN-B Principal?

Como explanado no início do artigo, a Nota do Tesouro Nacional série B apresenta duas modalidades para aplicação via Tesouro Direto.

A primeira delas, a NTN-B Principal, se caracteriza por realizar o pagamento do rendimento somente na data do vencimento, isto é, o principal mais os juros da aplicação serão pagos ao investidor na data estabelecida no momento da compra do título.

Por esse motivo, a denominada duration do título, ou seja, o prazo médio no qual o investidor em título pré-fixado irá recuperar o capital investido é maior do que a do título que paga os juros semestrais.


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Assim, a NTN-B Principal é um título para os investidores que não irão necessitar do recurso alocado em um horizonte de tempo de curto prazo, além de ser um dos papéis queridinhos dos investidores estrangeiros.

Por outro turno, a NTN-B se caracteriza pelo pagamento de juros semestrais, os quais ocorrem nos meses de janeiro e julho.

Uma vez que esse título apresenta um fluxo de caixa constante, advindo dos juros acumulados, é indicado para os investidores que demandam e, se sentem mais seguros, ao receber renda de forma contínua.

Diferentemente da NTN-B Principal, essa modalidade do título apresenta um prazo médio de retorno do capital investido menor.

Salienta-se, que os juros pagos ao investidor de forma semestral apresentam a incidência de imposto de renda, de acordo com o prazo em que o principal está alocado.

Quais as vantagens e desvantagens do tesouro IPCA+?

Pode-se destacar, como a principal vantagem, o risco baixo atrelado ao título, conforme mencionado anteriormente no artigo. Essa característica faz com que a demanda pela NTN-B seja alta, o que possibilita maior liquidez ao ativo.

Soma-se ao baixo risco e a elevada liquidez, o fato de os valores iniciais de aporte serem pequenos, não passando muito da casa dos R$ 40,00.

Entretanto, o que mais deve chamar atenção do investidor na NTN-B é o fato dela possuir como indexador o IPCA, o qual permite a proteção do poder de compra da moeda.

A grande desvantagem desse título é o seu horizonte de investimento, mas isso está relacionado mais aos objetivos de investimento dos agentes do que às suas próprias características.

Soma-se a isso, a elevada volatilidade da inflação brasileira, a imprevisibilidade de sua variação e as possibilidades de prejuízo ao sair do investimento antes do prazo e com uma taxa pré-fixada maior do que a adquirida no ato da aplicação.

Dessa forma, uma vez que a rentabilidade esperada ocorrerá apenas no longo prazo, aqueles investidores que pretendem alcançar lucros em intervalos de tempo mais curtos não devem realizar aportes em NTN-B, seja ela principal ou com juros semestrais.

Como investir em NTN-B?

O primeiro passo para o investidor que deseja investir na Nota do Tesouro Nacional série B, é delimitar quais são os seus objetivos de investimentos, bem como a sua aversão ao risco.

Com isso em mãos, o investidor deve se atentar se o prazo estabelecido para alcançar os seus objetivos está de acordo com o prazo do vencimento do título. Só após essas considerações ele deverá acessar, via corretora ou banco, a plataforma do Tesouro Direto.

Como se trata de um investimento em renda fixa, tanto investidores iniciantes quanto os mais experientes podem considerar realizar aportes para a parcela do portfólio destinada ao investimento em ativos que preservem o valor da moeda no tempo.

Dessa forma, a NTN-B pode ser ou não o melhor ativo para o investidor, tudo irá depender de como ele divide seu patrimônio e quais são os seus objetivos.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).