CAPM: conheça o Modelo de Precificação de Ativos Financeiros

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CAPM: saiba como usar esse importante medidor de riscos

Nos últimos anos o número de investidores aumentou consideravelmente. Ainda assim, esse número é relativamente baixo, e um dos fatores que “freia” este crescimento é a ideia de riscos, por isso o entendimento acerca dos índices financeiros se faz cada vez mais necessário e, entre eles, destaque para o CAPM.

Afinal o CAPM está diretamente ligado ao risco existente em um investimento, portanto o seu entendimento é necessário para todos da área, isso é, tanto para o investidor que busca sua independência financeira quanto para o profissional do mercado financeiro.

O que é o CAPM

Sendo sigla para “Capital Asset Pricing Model“, que traduzindo para o português é “Modelo de Precificação de Ativos de Capital“,  o CAPM é a metodologia utilizada para elencar a relação existente entre risco e retorno de um determinado investimento.

Ou seja, o CAPM é um modelo que precifica o retorno que é esperado por um investidor ao realizar uma aplicação financeira, além de auxiliar na definição da taxa de retorno teórica.

Vale ressaltar que esse indicador foi criado com base da Teoria dos Portfólios e Diversificação, ideia que foi elaborada pelo economista Harry Markowitz.

Portanto, o modelo de precificação tem seu pressuposto em algumas premissas, das quais pode-se destacar quatro. São elas:

  1. Inexistência do custo de transação;
  2. Existência de liquidez para compra e venda de ativos;
  3. Informações sobre o ativo são espalhadas de forma igualitária entre os agentes de mercado;
  4. Tendência é que o risco seja eliminado com a diversificação dos investimentos.

Contudo, vale reforçar que tais itens fazem parte de um campo fora da realidade, especialmente porque alguns pontos não são comuns no mercado financeiro.

Como, por exemplo, o ponto 3, em que se considera que todos os investidores têm acesso à mesma informação.

Portanto, o entendimento em relação ao cálculo necessário para chegar no resultado do Capital Asset Pricing Model é de grande importância.

Cálculo do Capital Asset Pricing Model

Para se calcular o CAPM é utilizado a seguinte fórmula:

ERi = Rf + βi (ERm – Rf)

A equação acima demonstra que a rentabilidade buscada pelo investidor deve ser, no mínimo, compensada pelos riscos de mercado no qual seu capital investido está exposto.

Assim, é necessário entender os componentes da equação:

  • ERi = Expected Return of Investiment (Retorno Esperado do Investimento);
  • Rf = Risk-free Rate (Taxa Isenta de Riscos);
  • βi = Beta of the Investment (Beta do Investimento);
  • ERm = Expected Return of Market (Retorno Esperado do Mercado);
  • ERm – Rf = Market Risk Premium (Prêmio de Risco de Mercado);

Sendo a “Rf” o número que representa o valor que o dinheiro tem ao longo do tempo sem riscos, esse valor geralmente está atrelado à Selic e significa o mínimo que se espera de retorno a partir de um investimento realizado.

Na equação também são considerados a rentabilidade existente no mercado de uma forma geral, assim o Índice Ibovespa acaba sendo uma das métricas mais utilizadas nesse sentido.

O “βi” merece um destaque especial, afinal o beta significa o risco que não é diversificável.

Ou seja, o resultado do beta torna um investimento em potencial, especialmente por captar um dos medidores de maior relevância no cálculo, como as variações existentes na Bovespa.

Dessa forma é natural entender que o beta estará associado a fatores econômicos diferentes, se tornando ainda mais relevante seu entendimento no momento de realizar essa equação.

Normalmente, para realizar o cálculo do beta é necessário realizar a covariância entre dois rendimentos diferentes, dividindo o resultado pela oscilação do mercado.

Por fim, vale reforçar que o beta, quando ligado ao CAPM, sempre será positivo, afinal sua utilidade nessa equação é analisar investimentos que estejam acompanhados de risco de mercado.

Exemplo do cálculo

Para reforçar o conceito, imagine a seguinte situação em que a taxa Selic está em 3,5%, já a taxa de remuneração do mercado se encontra em 15%, e o beta está em 1,5.

Dessa forma, temos o seguinte cálculo a ser feito:

ERi = 0,035 + 1,5 x (0,15 – 0,035) = 0,207

Assim temos que o resultado de retorno que será esperado pelo investidor será de 20,7%, dentro das condições que foram estabelecidas previamente.

Riscos do CAPM

Como apontado anteriormente, para chegar ao Capital Asset Pricing Model são levados em consideração alguns conceitos quase abstratos.

Assim, esse modelo está exposto a alguns riscos, dos quais é possível citar o risco diversificável e o não diversificável.

Risco diversificável

Quando o investidor, através da diversificação, consegue reduzir o risco de mercado em seus investimentos.

Sendo que isso pode acontecer através de estudos sobre um ativo, uma gestão de carteira de investimentos bem executada, seu conhecimento acerca do mercado, estratégias de investimentos eficientes, entre outros pontos.

Risco não diversificável

Nesse ponto se encontram os riscos no qual o investidor não consegue ter controle.

Assim, estão incluídos fatores como: desastres naturais, guerras econômicas, alteração nas principais taxas de juros de um país, inflação, crises políticas, entre outras situações.

São em situações assim em que o beta ganha ainda mais importância, afinal é esse agente que representa o risco não diversificável no cálculo do Modelo de Precificação de Ativos de Capital.

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Importância do CAPM para profissionais do mercado financeiro

CAPM: saiba como usar esse importante medidor de riscos

Retornando à um ponto tocado no início do texto, um dos fatores que mais afasta o brasileiro do mercado financeiro nacional é a ideia de risco que está enraizada nesse segmento da economia.

Dessa forma, é fundamental que o Capital Asset Pricing Model seja uma das ferramentas utilizadas pelos  profissionais da área que analisam e recomendam investimentos, especialmente no momento de apresentar uma “realidade” mais atrativa para novos investidores.

Não à toa, esse método frequentemente é utilizado em profissões que têm trato direto com novos investidores. Casos de:

Entre outras posições.

Além disso, o CAPM também é de suma importância para o profissional que está buscando ativos para se investir, especialmente por ser uma forma de medir o risco acerca do negócio.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).