PIX: entenda sobre o sistema de pagamentos instantâneos

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Nada foi tão revolucionário quando realizar transações financeiras bancárias através do celular. Mas o novo sistema de pagamentos PIX lançado pelo Banco Central mudou esse conceito.

Esse sistema garante que as transferências bancárias sejam feitas de forma instantânea em qualquer dia e horário. Mas, por ser recente, o PIX ainda gera muitas dúvidas entre os usuários.

    1. O que é o PIX?
    2. Banco Central: órgão público criador do PIX
    3. SPI: Sistema de Pagamentos Instantâneos
    4. Como funciona na prática?
    5. Versatilidade e benefícios
    6. Há um limite de transação?
    7. O que é a chave PIX e como escolher a melhor opção?
    8. Dicas para garantir a segurança da sua chave PIX
    9. Pix para empresas: como funciona?
    10. Como o PIX pode ser benéfico para o seu negócio?
    11. TED VS DOC VS PIX
    12. Golpes com PIX
    13. Como evitar esses golpes?

O que é o PIX?

O PIX é um sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central que permite transações bancárias a qualquer dia ou hora e integra todos os bancos. Com isso, a proposta do PIX é ser mais seguro e competitivo.

Apesar de substituir os métodos de transferência bancária TED e DOC, a adesão ao PIX é voluntária. Mas, diferente dos outros meios, esse sistema não cobra taxa adicional de transação.

Os maiores benefícios do PIX são:

      • Pagamentos a qualquer hora ou dia
      • Gratuito, diferente do TED e DOC
      • O dinheiro cai na hora
      • Pagamentos direto pelo celular

O PIX foi criado com o intuito de facilitar esse processo bancário. Isso porque as transações bancárias dependiam de dias e horários comerciais, além de serem mais burocráticas e difíceis de ser realizadas em comparação ao PIX.

Os primeiros testes com esse novo sistema de pagamento instantâneo começaram em fevereiro de 2020. E, oficialmente em novembro de 2020, o PIX iniciou como novo sistema aqui no Brasil.

Banco Central: órgão público criador do PIX

O Banco Central é uma instituição pública brasileira criada em 1964 que tem como função principal regular o volume de crédito e dinheiro do país. Sendo assim, ele além de criar o PIX é o órgão regulador desse novo sistema.

Além disso, o BC estipula que as instituições bancárias com 500 mil clientes ou mais devem aderir ao PIX e oferecer o sistema de forma gratuita.

Os demais bancos podem fazer a solicitação e aderir à opção voluntária pelo novo sistema. Isso garante que todos os cidadãos com vida financeira ativa tenham o direito ao PIX.


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SPI: Sistema de Pagamentos Instantâneos

Para entender como funciona o PIX, primeiro você deve saber que o Banco Central instituiu o SPI (Sistema de Pagamentos Instantâneos). É esse sistema que torna possível as operações bancárias instantânea e em qualquer momento.

O SPI é operado pelo Banco Central do Brasil, através do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos, o DEBAN. Sendo assim, além de criar e operar o PIX, o BCB também é órgão regulador do sistema.

Em resumo, o SPI:

      • É a infraestrutura e o responsável pelo funcionamento do PIX
      • Garante a transferência instantânea de dinheiro
      • Processa todos os pagamentos independente da instituição financeira
      • Assegura a instantaneidade de todas as transações financeiras realizadas pelo PIX

O SPI pode ser considerado a infraestrutura do PIX. Isso porque é ele que processa os pagamentos e garante a liquidação bruta em tempo real mesmo entre instituições financeiras distintas.

As instituições com operação autorizada pelo Banco Central são as que têm participação direta no SPI. E, para a utilização do sistema, precisam ser titulares de uma Conta de Pagamento Instantâneo (PI).

Assim, o BC garante o registro de saldo de todas as transferências da PI para não deixar faltar recursos financeiros para as operações via PIX.

Mas, para as instituições que tem participação indireta no SPI, ou seja, as que não dependem da autorização do Banco Central para funcionarem, precisam do intermédio de uma terceira instituição que tenha participação direta no SPI.

Isso porque as participantes indiretas não possuem conta no PI e precisam, mesmo assim, ter esse registro para que o BC consiga ter o registro das transações realizadas por elas também.

Além disso, essa forma de participação também garante que o PIX funcione perfeitamente para as empresas participantes indiretas do SPI.

O Sistema de Pagamentos Instantâneos também teve início em novembro de 2020.

Como funciona na prática?

PIX: entenda sobre o sistema de pagamentos instantâneos

O PIX funciona através dos aplicativos de instituições financeiras ou de pagamento. Ele é uma opção válida no momento de escolher como efetuar o pagamento e aparece entre as opções.

Para entender como fazer um PIX, você precisa:

      • Ter o aplicativo do seu banco válido e desbloqueado
      • Ter dinheiro na conta bancária
      • Cadastrar uma chave PIX
      • Ter acesso à internet

O PIX funciona sempre através da internet e por isso é considerado tão importante. Isso porque, antes dele, os meios de transferência eram limitados tanto em valor máximo tanto em prazo.

Além disso, é possível fazer a transferência apenas utilizando a chave PIX, que é uma espécie de código único que identifica você como pessoa e receptor daquela transação. Uma burocracia a menos se comparado aos métodos antigos de transferência.

E para fazer um PIX efetivamente, você precisa:

      • Entrar no seu aplicativo bancário
      • Acessar a área de transferência financeira
      • Indicar o valor a ser transferido
      • Selecionar a opção “PIX”
      • Inserir a chave PIX e conferir os dados do destinatário
      • Inserir a senha
      • Concluir a transação

Uma outra forma de realizar transferência bancária é através do QR Code do PIX. Mas, dessa forma, pessoas que tem smartphones mais antigos nem sempre conseguem realizar a transferência.

Versatilidade e benefícios 

Por ser um sistema versátil e aderido por grande parte da população que tem vida financeira ativa, o PIX pode ser usado em diversas situações.

Isso porque, além de instantâneo, a possibilidade de ser feita uma transação bancária pode desde ajudar em uma emergência financeira ou até garantir que uma compra seja aprovada rapidamente.

E o PIX também pode ser usado para doações. Além de ser prático e gratuito, garante que esse dinheiro chegue mais rápido para quem precisa e é menos burocracia para quem deseja doar, seja para pessoas físicas ou instituições não governamentais.


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Há um limite de transação?

Segundo o Banco Central do Brasil, o PIX é um sistema que não precisa, necessariamente, ter um limite de transação. Mas isso pode variar.

Algumas instituições financeiras podem sim estipular um valor limite para essa transação. Mas, nesse caso, esse limite não pode ser inferior aos limites do TED e cartões de débito e levando em conta cada caso.

Esse mecanismo de limitar a transação está sendo usada pelas instituições financeiras como antifraude e mecanismo de segurança. Até porque, com a facilidade da transação e instantaneidade, quanto maior o valor maior pode ser o prejuízo.

No caso do PIX com QR Code, o limite deve ser igual ou superior à compra com cartão de débito. Mas esse valor é variável, visto que é considerada cada instituição e limite pessoal de cada conta.

Além disso, as transações realizadas entre 20h e 6h também podem sofrer alteração de limite de acordo com cada instituição. Pode ser um horário não usual de compra e fora do horário comercial, é considerado mais seguro assim.

Mas vale lembrar que a implementação de limite não é algo fixado pelo BCB, mas está sujeito às regulações de cada instituição financeira. Por isso, se você quer saber o limite para fazer PIX do seu banco entre em contato com os canais oficiais.

Em algumas instituições, inclusive, o limite não é estabelecido pelo banco, mas o próprio titular da conta pode estabelecer um limite diário de transação, seja pela segurança ou questões pessoais.

E por último, também não há um limite de PIX que podem ser feitos no dia.

O que é a chave PIX e como escolher a melhor opção?

Apesar de ser considerado seguro, o surgimento do PIX também trouxe preocupações aos especialistas de segurança.

Para obter o cadastro no PIX, independente do banco, é possível registrar quatro opções de chave. São elas:

      • CPF
      • E-mail
      • Número de telefone
      • Chave aleatória

Segundo o Banco Central, as chaves PIX são espécies de “apelidos” que identificam sua conta no PIX. Sendo assim, ao invés de enviar vários dados para receber uma transação, basta a sua chave PIX para que o sistema entenda que é sua conta.

Mas, mesmo sendo a forma mais prática, não é obrigatório ter uma chave PIX para realizar as transações instantâneas por esse sistema. Se for sua opção, os dados normais também podem ser utilizados.

Apesar desse sistema ter entrado em vigor em novembro de 2020, desde outubro do mesmo ano já era possível cadastrar sua chave PIX. Isso porque o PIX era um sistema esperado e estava em teste desde fevereiro de 2020.

Pessoas físicas podem registrar até cinco chaves por conta (isso se forem titulares). Para as pessoas jurídicas esse número sobe para 20.

Mas, lembrando que não é possível registrar a mesma chave em mais de uma conta, já que ela identifica a respectiva conta destinatária daquela transação e não é possível que duas contas tenham a mesma identificação, apesar de ter o mesmo titular.

O PIX é um sistema que dá total versatilidade ao usuário e controle sobre quantas chaves irá registrar por conta. Mas é importante ter cuidado e controle de quais chaves estão registradas em suas contas.

Dicas para garantir a segurança da sua chave PIX

Apesar de contar com um sistema de segurança, o PIX também tem seus percalços. Em caso de erro, o dinheiro é transferido na hora e fica mais difícil reportar ao seu banco.

Há, também, a dúvida sobre qual chave pode ser a mais segura, já que elas envolvem número de um documento tão importante.

O maior cuidado é garantir que você cadastrou sua chave PIX no aplicativo oficial do seu banco. Também é importante verificar se os números da chave PIX estão corretos, isso para telefones ou CPFs.

Para garantir uma operação segura, veja a seguir a indicação de uso de cada chave PIX:

CPF: indicado para transações mais formais ou que precisam de estabilidade, já que o CPF é um dado único que não vai ser alterado. Alguns exemplos são: contrato com empresas, clientes formais ou questões jurídicas que envolvam transações financeiras.

Número de telefone: essa chave é indicada para transações financeiras realizadas com pessoas com mais proximidade que possuam seu número de celular. Mas, é importante lembrar que o número de celular é instável e pode mudar ao longo da vida. Por isso, mantenha o aplicativo do banco sempre atualizado.

Email: assim como o número de telefone, a chave com email é indicada para a transação com pessoas que já tenham o seu email. Mas, assim como a anterior, é preciso manter atualizada no banco já que acontece frequentemente de as pessoas trocarem de email ou perderem o acesso.

Chave aleatória: essa chave é indicada para situações nas quais você deseja mais privacidade, já que não envolve nenhum dado pessoal. Essa chave contém caracteres fornecidos pelo banco e pode ser solicitada na aba “chaves PIX”. Apesar disso, por ser uma chave que você não criou, pode ser mais difícil de decorar e menos fácil para realizar uma transação.

Pix para empresas: como funciona?

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Para as empresas e pessoas jurídicas, o PIX se tornou mais uma opção além do boleto, cartão de débito e crédito e transferência tipo TED e DOC.

Essa opção garante o recebimento de forma mais rápida e ainda. Basta ter uma conta em um banco que tenha o PIX e consultar o regulamento de cada um em relação à essa nova forma de receber das empresas.

Mas é preciso entender como funciona, isso porque diferente das contas físicas, pessoas jurídicas podem ser taxadas. Mas essa taxa é relativa de cada instituição.

Assim, apesar do PIX para empresas não ser gratuito, ainda é uma forma nova e muito recomendada para alavancar suas vendas e fidelizar seus clientes.


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Como o PIX pode ser benéfico para o seu negócio?

O PIX, além de ser um sistema fácil para pessoas físicas, pode ser um meio de pagamento benéfico para pessoas jurídicas também.

Isso porque com a enorme adesão da população ao novo sistema de pagamentos, as empresas podem não somente ter mais clientes como receber o dinheiro da compra de forma mais rápida que os meios tradicionais.

Para entender mais esses benefícios, vamos a uma comparação do PIX com outras formas de receber:

PIX: o dinheiro caí na hora; o pagamento pode ser feito em qualquer hora ou dia da semana; custo menor em relação aos outros meios de pagamento e é fácil de ser realizado: basta a chave PIX ou um QR Code.

Cartão de crédito: o dinheiro fica disponível 28 dias após a compra; custa um percentual da transação para sua empresa; pode ser feita em qualquer dia ou horário e precisa de maquinha (o que também tem custo).

Cartão de débito: o dinheiro fica disponível, em média, dois dias após o pagamento; custa um percentual da transação para sua empresa; pode ser feita em qualquer dia ou horário e, também, precisa da maquininha.

Boleto: o dinheiro fica disponível no próximo dia útil após o pagamento; o custo é fixo por boleto; o pagamento só pode ser feito em dia útil e a emissão do boleto tem regras mais complicados.

TED VS DOC VS PIX

Antes do PIX, as formas de transferência bancárias eram o TED e o DOC. Ambos têm limitações e deixaram de ser os métodos mais usados. Entenda as diferenças entre eles a seguir.

O TED é uma sigla para Transferência Eletrônica Disponível e é uma forma de transferência bancária entre diferentes instituições e não tem limite.

Mas, em compensação, os bancos geralmente deixam um limite para transações online e quantias maiores precisam de autorização do banco.

O TED, diferente do PIX, não cai na hora. Se for dia útil, pode até cair no mesmo momento. Mas, dependendo do horário, só cai no próximo dia útil.

O DOC é uma sigla para Documento de Ordem de crédito e, diferente do TED e PIX, tem um limite máximo de R$4.999,99.

E, além disso, o DOC pode demorar até dois dias úteis para o dinheiro transferido cair na conta. Sendo assim, o método com menos vantagens.

Tanto o TED tanto o DOC são métodos de transferência oferecidos por todos os bancos. Mas é importante salientar que não são gratuitos e a taxa varia entre as instituições financeiras.

E, também, o PIX é um método que une as soluções das deficiências dos métodos TED e DOC. Além de ser instantâneo, não tem taxa para utilizar, o dinheiro cai na hora e não tem limite.

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Golpes com PIX

Apesar de ser um mecanismo de transferência recente no país, o PIX é gratuito. Mas alguns golpes já foram constatados por autoridades e denunciados e ocorrem por falta de entendimento sobre o novo sistema. Entenda mais sobre eles a seguir.

Os golpes mais comuns são:

      • Clonagem do WhatsApp
      • Perfis falsos no WhatsApp
      • Páginas e arquivos com dados falsos de pagamento
      • QR Corde adulterado

Clonagem do WhatsApp: os golpista se passam por uma loja em que a pessoa tem cadastro. E, com essa informação, enviam um código por WhatsApp afirmando se tratar de uma atualização ou algo assim.

Com esse código, eles conseguem acessar a conta do WhatsApp da vítima e pedir dinheiro em nome dela. Com o PIX, essa transferência pode ser imediata e o desastre muito grande.

Perfis Falsos no WhatsApp: nesse caso eles não clonam a vítima, mas pegam uma foto pessoal nas redes sociais e conseguem o número de pessoas próximas.

Assim, afirmam que a vítima mudou de número e solicitam transferências para alguma emergência ou até para pagar as contas.

Páginas e arquivos com dados falsos de pagamento: seja através de download ou mensagens, a vítima é direcionada para páginas e arquivos falsos que solicitam cadastro.

Essas páginas se parecem com as de grandes instituições financeiras e os dados mais roubados são CPF, número da conta e senha. Assim eles conseguem ter acesso à conta da vítima e realizar transferências e até empréstimos.

QR Code adulterado: além das chaves PIX, a transferência pode ser feita com código QR. E, em algumas apresentações ou lives é normal ter um código de doação ou acesso a informações.

E assim, os golpistas fazem o download da apresentação e criam uma nova incluindo um código QR próprio, recebendo o dinheiro que deveria ir para a instituição.

Central de atendimento falsa: nesse caso, os criminosos se aproveitam da inocência de alguns usuários do PIX para ligar pedindo para fazer alguns testes. E, entre eles, uma transferência PIX para uma conta destino dos golpistas.

Como evitar esses golpes?

Apesar de ser seguro, as recomendações de segurança do PIX são iguais as de qualquer outra transferência bancária: conferir os dados bancários do remetente e não usar redes de internet públicas.

A FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) alerta que as instituições financeiras não solicitam dados pessoais pelo telefone e os funcionários não ligam para realizar testes com o PIX.

Além disso, se for acessar qualquer link verifique se não tem alguma característica suspeita. Se tiver, é melhor evitar. Use sempre o aplicativo credenciado do seu banco ou instituição financeira e não acesse sua conta de aparelhos coletivos.

É importante, também, ter atenção no momento de usar o aplicativo para não realizar a transferência para outro destinatário senão o que você deseja.

A instantaneidade do PIX também pode ser um defeito. Isso porque, como as transações são imediatas, fica mais difícil cancelar a operação. Cabe ao banco tomar as devidas providências e tentar ressarcir o usuário.

Em todos os casos, entre em contato com o seu banco e se informe sobre a melhor forma de lidar. E certifique-se que está falando com um canal oficial da instituição financeira.

O PIX é uma revolução em relação às transferências bancárias e todos só temos a ganhar com essa nova tecnologia. Entender sobre ela e usá-la corretamente é a chave para garantir a segurança de todos.

 

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).