Reeducação financeira: o que é? Conquiste em 9 passos

últimos artigos

A reeducação financeira é um dos alicerces para a constituição da saúde integral de alguns indivíduos. Ou seja, é somente a partir de uma nova postura em relação ao uso do dinheiro que eles podem, verdadeiramente, considerarem-se plenos de bem-estar físico e mental.

No Brasil, uma particularidade torna essa reeducação financeira um grande desafio, ou seja, o fato de pagarmos bem mais pelos produtos de primeira necessidade em comparação a outros países, ocupando uma parcela elevada das receitas, sobrando menos recursos para outras frentes.

O que é reeducação financeira?

Reeducação financeira é o ato de reaprender a usar o dinheiro de forma eficaz.

Conforme o Michaelis, reeducar é o ato de:

  • “Tornar a educar”;
  • “Rever ou aperfeiçoar a educação”;
  • “Reabilitar através da educação”.

O curioso é que, em Medicina, reeducação tem a ver com a “cura de um doente”, ou seja, somente por meio de técnicas e de exercícios específicos torna-se possível recuperar hábitos perdidos.

O que significa dizer que o colapso financeiro pessoal, muitas vezes, tem a ver com algumas contingências da vida – alguns desvios no caminho.

Assim sendo, algo mais do que simplesmente força de vontade, terá que, necessariamente, ser colocado em prática por quem quer que realmente deseje adquirir essa tão sonhada saúde financeira.

E como uma definição um pouco mais complexa desse distúrbio, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) define a educação financeira de forma bastante categórica.

Em síntese, conforme o órgão, ela é um “processo onde o indivíduo deixa de consumir por impulso e de forma inconsciente”.

Dessa forma, ele passa a cercar-se de todo o instrumental necessário (informação e conhecimento) para melhor utilizar o seu dinheiro. Assim, torna-se senhor dos seus próprios desejos e assume, efetivamente, o controle das suas necessidades.

Qual a importância da reeducação financeira?

Implementar, mas principalmente entender como fazer uma reeducação financeira apresenta grande relevância, não só do ponto de vista micro, ou seja, para as famílias que realizam, mas também do ponto de vista macro, isto é, para a economia do país.

Dessa forma, pensando no ponto de vista micro, adotar as práticas da reeducação financeira são primordiais para que as famílias aprendam a ter uma relação mais saudável com os seus recursos, reduzam o estresse e tenham maior tranquilidade em relação ao futuro.

Soma-se a isso, a realização de sonhos, uma vez que sem uma organização financeira não será possível realizar viagens, mudar de carreira, comprar a casa própria ou o carro do sonho.

Para o lado macro, a partir do momento que as famílias adotam práticas mais saudáveis de consumo e, consequentemente, passem a poupar, a economia tende a ter mais recursos para incentivar o desenvolvimento econômico, uma vez que a poupança é um dos principais componentes de um crescimento econômico saudável.

Como conseguir, na prática, organizar a vida financeira?

Primeiramente, é preciso que você saiba que todo indivíduo, guardadas as suas diferenças e peculiaridades, deveria passar, ao longo de sua vida, por 3 fases de uma jornada financeira:

  1. A fase da segurança financeira (ou dos sonhos): nessa fase, somos ainda aprendizes nesse universo das finanças. Com efeito, não temos nenhuma condição de realizar sonhos que envolvam dinheiro, por isso, nos restringimos apenas ao que nos dá segurança e garante a nossa sobrevivência;
  2.  A fase da independência financeira (começamos a ganhar muito dinheiro!): é a fase onde, enfim, podemos guardar ou acumular bastante recurso. Nesse ínterim, passamos a ditar as regras para a satisfação dos nossos desejos, não dependemos de ninguém para sobreviver e até podemos nos dar a alguns luxos;
  3.  A fase da liberdade financeira (é hora de gastar como quiser!): por fim, ao menos em tese, esse deveria ser o estágio final que todos nós mereceríamos alcançar. Ou seja, o dinheiro não é mais um problema. Não precisamos mais nos preocupar com ele. E agora podemos nos dar ao luxo de algumas extravagâncias e mesmo assim nos mantermos com a nossa saúde financeira.

Mas o problema é que a maioria das pessoas para justamente no primeiro estágio – na fase dos sonhos. E é aí que entram algumas práticas que podem ser decisivas para reverter esse quadro.

Quer se torna referência em investimentos dentro da sua instituição? Conheça o curso preparatório para o CEA do Certifiquei e conquiste a sua certificação!

As melhores práticas para quem deseja iniciar a sua reeducação financeira pessoal

De acordo com dados mais recentes da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, 7 entre 10 brasileiros estão endividados.

Dentre as principais dívidas podemos citar aquelas com cartões de crédito, cheque especial, empréstimos, carnês, entre outros compromissos essenciais à manutenção de um indivíduo ou família.

E dentre as principais maneiras de evitar fazer parte dessa terrível estatística seguir as seguintes práticas, razoavelmente simples, é o primeiro passo:

1. Tente gastar menos do que ganha

Sabemos que essa não é uma tarefa das mais fáceis, principalmente quando consideramos os custos de vida no país.

Só para que você tenha uma ideia do que estamos falando, calcula-se que um norte-americano, por exemplo, gaste, no máximo, entre 10 ou 15% da sua renda média com as necessidades básicas.

Por outro lado, dificilmente um brasileiro, em qualquer região do país, consegue gastar menos do que 40% com essas mesmas necessidades.

Logo, percebe-se que, para o brasileiro, não há como melhorar financeiramente sem enfrentar uma missão quase hercúlea. Por isso, como uma boa dica financeira, os grandes especialistas em finanças recomendam que um indivíduo tente viver sempre um degrau abaixo do que pensa que merece.

Dessa forma, será mais fácil atingir o 3º estágio de uma trajetória financeira. E, o melhor, manter-se solidamente firme e seguro quando chegar lá.

2. Uma reeducação financeira com base em metas

Esse é quase um mantra e uma das maneiras mais seguras de melhorar a sua vida financeira.

Traçar metas significa estar sempre disposto a colocar no papel tudo o que você precisa fazer para alcançar um determinado objetivo.

E diversos estudos comprovam que o simples ato de colocar fisicamente no papel um determinado plano faz com que uma espécie de gatilho mental quase infalível seja acionado. A partir de então, a sua mente passa a tomar essas anotações verdadeiras obrigações.

Ser um profissional certificado é o primeiro passo para começar sua carreira no mercado financeiro. Confira nossos cursos e se prepare da melhor forma para tirar sua certificação!

3. Procure ganhar mais dinheiro

Dentre as dicas financeiras, esse é um clássico na opinião dos especialistas que tratam de auxiliar um indivíduo em seu laborioso processo de organizar as suas finanças.

Isso porque uma das maneiras mais rápidas de quitar dívidas – e, concomitantemente a isso, permitir-se algumas extravagâncias – é aumentando substancialmente a renda percebida.

E aqui o que a experiência nos revela é que os limites para essa busca por um aumento de renda deverão ser apenas a honestidade e a utilidade do trabalho.

Portanto, se tiver que empreender, empreenda! Se tiver que vender salgados e bijuterias, venda-os!

Ademais, essa também é uma das maneiras de nos desvencilharmos de alguns padrões impostos pela sociedade. E, entre eles, que algumas funções seriam supostamente inferiores a outras.

Portanto, independente do que você decida iniciar, apenas comece e saiba que em um momento ou outro irá colher os frutos do seu esforço.

4. Aprenda a poupar

Sabemos que não é tão fácil assim poupar quando se recebe, em média, menos do que é necessário para sobreviver. No entanto, é somente através do hábito de poupar que um indivíduo consegue, mesmo com uma baixa renda, realizar alguns sonhos.

E a dica aqui são os fundos de renda-fixa ou variáveis. Eles são bons porque você não terá como retirar o dinheiro na primeira tentação.

Porém, você também poderá experimentar algumas técnicas psicológicas como, por exemplo, ludibriar o seu cérebro e escolher uma ou outra cédula específica a qual, como um curioso estratagema, não terá o direito de gastar.

Qual a diferença entre dieta financeira e reeducação financeira?

Como o próprio nome sugere, a dieta financeira tem como foco a redução de gastos que estão além da capacidade de pagamento. Assim, por se tratar de uma forma de redução de despesas, é comum se deparar com confusões em relação ao conceito de dieta e reeducação financeira.

Portanto, é essencial saber diferenciar os dois conceitos para alcançar seus objetivos e melhorar o controle de despesas e receitas.

Assim, a dieta financeira, basicamente, funciona para ataques pontuais a problemas financeiros enfrentados no dia a dia, sendo, dessa maneira, uma forma de estabilizar, temporariamente, os níveis de consumo e gastos.

Dessa maneira, apesar de solucionar os problemas, não permite o ataque a raiz dos elevados gastos e das baixas receitas, fazendo com que os desequilíbrios entre esses dois componentes ressurjam em algum momento.

Por outro lado, a reeducação financeira tem um foco educativo e de longo prazo, auxiliando para a obtenção de diagnósticos a respeito da raiz de cada um dos problemas enfrentados.

Após descobrir como fazer uma reeducação financeira, será possível identificar quais são os pontos que estão gerando descasamento entre receita e despesa, é possível traçar um plano para resolver a situação e, além disso, não voltar a repetir os erros.

Quais são as vantagens da reeducação financeira?

Realizar uma reeducação financeira familiar permitirá, entre outras coisas, reduzir os impactos negativos de alguns imprevistos que ocorrem no dia a dia, como problemas com carro, problemas de saúde ou até mesmo reformas pontuais em casa.

Além disso, ela permite um melhor planejamento financeiro, o que irá auxiliar tanto na saída das dívidas quanto na hora de traçar objetivos, sejam eles financeiros, de conquistar uma casa ou um carro e, até mesmo, de aposentadoria via investimentos.

Portanto, ao iniciar a reeducação financeira, será possível planejar melhor o futuro, obter melhores práticas de consumo, constituir uma reserva de emergência e, principalmente, realizar os seus sonhos.

9 dicas conquistar sua reeducação financeira

O sonho de todas as famílias é poder obter uma vida financeira mais tranquila e equilibrada. Assim, para ser possível alcançar esse objetivo, seguir os 9 passos a seguir aumentaram vertiginosamente as suas chances.

Dessa forma, se você deseja alcançar tranquilidade em sua vida financeira, os seguintes passos devem ser adotados:

  1. Revisite todos os seus gastos diários;
  2. Some todas as suas fontes de receita (ter mais de uma fonte de recursos é primordial para alcançar maior tranquilidade);
  3. Defina e trace planos para os seus principais objetivos, tanto financeiros, quanto pessoais e materiais;
  4. Com o auxílio de planilhas de reeducação financeira elabore o seu orçamento;
  5. Controle as suas dívidas, principalmente aquelas de longo prazo que apresentam muitos juros;
  6. Construa uma boa reserva de emergência para pelo menos 6 meses de custos e a aloque em ativos que renda ao menos 100% do CDI;
  7. Tenha muita disciplina e seja equilibrado na hora de controlar os gastos;
  8. Invista mensalmente, independente da quantia que separar em ativos de renda fixa, renda variável, entre outros;
  9. Revise periodicamente os seus gastos, suas dívidas e as suas receitas.

Assim, seguindo esses passos simples, com constância, a conquista de todos os seus sonhos e objetivos será muito mais fácil implementar a reeducação financeira em seu dia a dia e, dessa maneira, construir uma carteira de investimentos para alcançar a sua liberdade financeira.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).