Agente Autônomo de Investimento: como se tornar um?

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A profissão de Agente Autônomo de Investimento vem sendo cada vez mais valorizada nas instituições do mercado financeiro, uma vez que o mercado de investimentos apresentou crescimento vertiginoso nos últimos anos.

Aqui está o melhor.

Por conta disso, o profissional Agente Autônomo de Investimento tem a oportunidade de utilizar suas habilidades e conhecimentos sobre finanças para alavancar sua carreira e possibilitar aos investidores acesso a melhores produtos.

O que é um Agente Autônomo de Investimento?

Isso é super simples.

O Agente Autônomo de Investimentos é um profissional com a função de explicar aos clientes o funcionamento de aplicações financeiras, como:

  • Ações;
  • Ativos de Renda Fixa;
  • Fundos de Investimento;
  • Fundos Imobiliários;
  • Derivativos;
  • Contratos Futuros.

Esses profissionais têm domínio das regras do mercado financeiro e dos riscos envolvidos nas aplicações. Por isso, o trabalho do Agente Autônomo envolve a prospecção e captação de novos clientes, solução de dúvidas e aconselhamento para aqueles que desejam se tornar investidores.

Nesse sentido, eles apresentam o mercado para os investidores, explicando as principais características de ativos e cadastrando clientes. Por serem pessoas físicas que atuam como prepostos, eles podem exercer suas atividades sob forma de sociedade ou firma individual, desde que essas sejam constituídas unicamente para esta finalidade.

Porém, de acordo com a Instrução CVM 497/2011, são proibidos de atuar em nome do cliente, como administradores de carteiras, além de dar recomendações sobre produtos como faz o Analista de Valores Mobiliários.

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Qual a rotina do Agente Autônomo de Investimento?

A rotina de um Agente Autônomo de Investimento envolve a ligação para clientes onde são apresentadas oportunidades para esses indivíduos. Porém, não cabe a esse profissional informar se um produto financeiro é bom ou ruim, mas informar as opções disponíveis para cada perfil de investidor.

Por isso, com uma carteira de clientes, os Agentes Autônomos de Investimentos têm a possibilidade de olhar conjuntos de ativos e analisar prazos, necessidade de reaplicação, além de solucionar dúvidas.

É importante destacar que o Agente não é um gestor de carteiras, já que precisa da autorização do cliente para executar e transmitir a contratação de um produto financeiro junto à corretora. Essa, por sua vez, é quem finaliza os trâmites da negociação.

Dessa forma, o trabalho de um Agente Autônomo de Investimentos fica entre o dos gerentes e private bankers, que fazem uma assessoria e recomendação completa de ativos.

Prospecção de clientes

A prospecção de clientes ocorre, de forma geral, por telefone ou e-mail, onde Agente Autônomo de Investimento apresenta os produtos financeiros disponíveis aos clientes, que informam seus desejos de contratação.

No entanto, mesmo com esse serviço, de acordo com as normas da CVM, o cliente não pode pagar nenhum valor diretamente para o Agente. O agente é remunerado pelas corretoras de valores.

Em cada venda finalizada, há uma comissão para o agente, que utiliza a plataforma da instituição financeira para acessar os produtos e receber as ordens de compra dos clientes. Por isso, como o próprio nome já indica, o Agente Autônomo de Investimentos pode vincular-se a várias corretoras, isso se trabalhar apenas com produtos de renda fixa.

Realização de operações

Diferente de outras profissões do mercado financeiro, o AAI não pode realizar operações de forma independente do seu cliente.

Ou seja, antes de realizar qualquer movimentação no patrimônio do cliente, é necessário que o mesmo tenha dado tal ordem.

Dessa forma, a rotina deste profissional deve ser marcada pela recepção, registro e transmissão dos clientes que possui.

Independente se tal desejo é feito de forma eletrônica, através dos home brokers, ou pessoal, presencialmente.

Portanto, o Agente Autônomo de Investimento deve estar atento ao canal de comunicação que possui com seus clientes, tanto para receber pedidos, quanto para auxiliar em possíveis negócios.

Auxiliar os clientes

Por fim, mas não menos relevante, está a função de auxiliar seus clientes.

Nesse caso, é importante destacar que isto pode variar de acordo com o seu cliente.

Por exemplo, investidores iniciantes precisarão dos serviços deste profissional de forma mais educativa, isto é, o AAI terá um papel importante na apresentação do mercado financeiro e na construção do perfil de investimentos deste tipo de cliente.

Ou seja, o agente autônomo participa diretamente da construção de uma educação financeira por parte deste novo investidor, sendo o seu principal suporte no momento de esclarecer o funcionamento do mercado e da economia.

Fator que faz com que sua função seja importante tanto para captação de novos investidores, quanto para mantê-los no mercado.

Por outro lado, em caso de investidores mais experientes, o AAI tem uma função mais técnica.

Dessa forma, vasto conhecimento sobre a área, apresentação de investimentos para aquele perfil de investidor, encontrar ativos com potencial, são tarefas importantes para que este profissional consiga atender a estes tipos de clientes.

Com quais produtos o Agente Autônomo de Investimento pode trabalhar?

O profissional que atua como Agente Autônomo pode trabalhar com diversos tipos de ativos, como:

No entanto, o Agente Autônomo não possui autorização para oferecer cotas de fundos de investimento.

Como ser Agente Autônomo de Investimentos?

Você deve estar se perguntando: como se tornar um agente autonomo de investimento?

Priemeiramente, a atividade de Agente Autônomo de Investimento só pode ser exercida por pessoas físicas ou jurídicas autorizadas pela CVM.

Dessa maneira, os requisitos para ser um agente autonomo de investimentos cobrados pelo regulamento da CVM são:

  • Ter domicílio no Brasil;
  • Ter o ensino médio concluído (no Brasil ou no exterior);
  • Não estar inabilitado ou suspenso para o exercício de cargo em instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pela CVM, pelo Banco Central do Brasil, pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) ou pela Secretaria de Previdência Complementar (SPC)” (Instrução CVM Nº 619 DE 06/02/2020);
  • Não ter sido condenado criminalmente, ressalvada a hipótese de reabilitação;
  • Não estar impedido de administrar seus bens ou deles dispor em razão de decisão judicial.

Também é preciso manter contrato para a distribuição e mediação de ativos com pelo menos uma instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários.

Certificação financeira

Para atuar de maneira legal, o Agente Autônomo de Investimento também precisa ter sido aprovado no exame técnico específico para essa profissão, organizado pela ANCORD.

Ele serve para qualificar e reconhecer as habilidades e conhecimentos de pessoas físicas e jurídicas sobre o mercado financeiro e seus produtos, bem como de toda a regulação inerente ao mercado.

Qual a formação do agente autônomo de investimentos?

Apesar de não ser necessário e não existir especificamente uma Faculdade para agente autônomo de investimento, uma vez que possuindo o ensino médio já é possível realizar a prova e atuar em um escritório, possuir uma graduação é um diferencial.

Assim, para aqueles que desejam progredir na carreira de AAI e conquistar outras certificações de distinção, como no caso do CFP, possuir uma graduação e, muitas vezes, um mestrado, será primordial.

Dessa maneira, se você deseja se destacar na carreira de agente autônomo, realizar graduações na área de economia, administração e contabilidade podem auxiliar muito no momento de captar clientes com maior conhecimento de mercado.

Portanto, se você deseja ingressar nessa profissão, mesmo que não seja necessário para possuir uma faculdade, é bom se lembrar que o estudo e a qualificação serão constantes nesse mercado.

Assim, para sair na frente dos demais players do mercado, realizar pós-graduações, mestrados e novas certificações demonstraram ao mercado e aos clientes o seu comprometimento e o seu elevado nível de conhecimento, gerando cada vez mais segurança aos investidores da sua carteira.

Como funciona a Certificação ANCORD?

A ANCORD (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias) é a instituição responsável por realizar o Exame de Certificação de Agentes Autônomos de Investimento.

Como dito, ele serve para avaliar a qualificação técnica dos candidatos para poderem atuar dentro das instituições do mercado financeiro.

O exame possui 80 questões de múltipla escolha, com 15 módulos, com pesos distintos, que servem para testar a aptidão dos candidatos em relação ao setor financeiro.

Por se tratar de uma certificação com foco na atuação em corretoras, grande parte de seu conteúdo está voltado aos ativos de renda variável e ao mercado de derivativos, produtos onde é possível alcançar maiores comissões dentro do mercado.

Aqui está o que você precisa estudar.

Os módulos presentes na prova são divididos da seguinte forma:

  1. A Atividade do Agente Autônomo de Investimento: 8,75%;
  2. Ética Profissional e Aspectos Comportamentais: 5,00%;
  3. Lei no 9.613/98; Circular BACEN 3461/09; Instrução CVM no 301/9: 3,75%;
  4. Economia: 3,75%;
  5. Sistema Financeira Nacional: 1,25%;
  6. Instituições e intermediadores financeiros: 5,00%;
  7. Fundamentos de Finanças: 5,00%;
  8. Mercado de Capitais – Produtos – Modalidades Operacionais – Tributação e Regulação Básica: 21,25%;
  9. Fundos de Investimentos: 6,25%;
  10. Outros Fundos de Investimento regulados pela CVM: 2,50%;
  11. Securitização de Recebíveis: 1,25%;
  12. Clubes de Investimentos: 2,50%;
  13. Liquidação: 3,75%;
  14. Mercado Financeiro – Produtos – Modalidades Operacionais – Tributação e Regulação Básica: 15,00%;
  15. Mercados Derivativos – Produtos – Modalidades Operacionais – Tributação e Regulação Básica: 15,00%.

Para ser aprovado, o candidato precisa acertar ao menos 70% das questões, que são distribuídas e elaboradas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Quais os custos de um Agente Autônomo de Investimento?

Os custos de um Agente Autônomo com a Certificação ANCORD são de R$450. No entanto, após isso, existe também uma taxa anual cobrada pela CVM de pessoas físicas e jurídicas que atuam na área.

Para as pessoas físicas, essa taxa é de R$ 530,00. Já para as pessoas jurídicas, o valor sobe para R$ 2.538,50.

Importante lembrar que essas taxas foram revisadas e passaram a valer com a Lei 14.317/22, a qual alterou os parâmetros da Taxa de Fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Vale lembrar que os Agentes Autônomos pessoas físicas são os que trabalham em escritórios. Já aqueles que trabalham sozinhos, como pessoa jurídica, precisam pagar as duas taxas, já que são o único funcionário de sua própria empresa.

Em geral, as corretoras de valores costumam selecionar apenas os Agentes Autônomos com CNPJ ou escritório próprio. Por isso, a criação de um CNPJ pode valer mais a pena para profissionais mais ambiciosos em suas carreiras.

O que acontece após a aprovação no exame?

O registro para que o profissional exerça a função de Agente Autônomo de Investimento é conferido de maneira automática pela CVM aos candidatos credenciados pela ANCORD.

Assim, se você investidor tem algum receio de investir com o auxílio de um AAI, não se preocupe, olhando no site da CVM é possível identificar os nomes dos profissionais para comprovar o registro.

Dessa forma, é possível que os investidores certifiquem-se de que os Agentes contratados são devidamente credenciados. Após esse processo, o profissional já está apto a se vincular a uma ou mais corretoras de investimentos e começar a atender clientes.

Quanto ganha um Agente Autônomo de Investimento?

Aqui está a melhor parte.

O mercado financeiro é bastante interessado pelo trabalho dos Agentes Autônomos de Investimento credenciados.

A remuneração do agente autônomo de investimento depende do número de clientes com quem eles mantêm relação comercial e das condições de seu acordo com uma corretora de valores.

Além disso, o volume de recursos em carteira, os produtos alocados e as taxas de rebate são as variáveis que mais impactam no momento de identificar a remuneração do AAI.

Em média, o salário do agente autônomo de investimento anual de um agente autônomo varia entre 0,6% e 1,5% de todo o recurso que ele capta.

Por isso, profissionais bem sucedidos, que possuam uma carteira de clientes com mais de R$50 milhões aplicados conseguem remunerações acima dos R$500 mil.

No entanto, vale lembrar que a quantidade de remuneração depende também da capacidade de prospecção do Agente e do perfil de seus clientes. Além disso, existem custos envolvidos no trabalho, como com um escritório para atender clientes, equipamentos, manutenção e pagamento de funcionários, caso existam.

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Qual o perfil ideal de um Agente Autônomo?

Antes de entender como se destacar como Agente Autônomo, caso queira atuar como AAI, é necessário entender as características intrínsecas ao perfil de um bom profissional.

Assim, por se tratar de uma profissão que necessita de um bom relacionamento interpessoal e habilidades comerciais, aqueles que optarem por atuar como AAI devem entender que dentre as soft skills se pode destacar:

  1. Boa comunicação;
  2. Conhecimento profundo acerca do mercado financeiro e economia;
  3. Habilidade comercial;
  4. Perfil empreendedor;
  5. Rede de contatos;
  6. Habilitação via prova e credenciamento à ANCORD.

Quem busca uma carreira de Agente Autônomo precisa ser bastante comunicativo, pois a boa relação com clientes é essencial para o sucesso nessa profissão

Além disso, é fundamental ter um conhecimento sempre atualizado sobre o mercado financeiro, que pode contribuir para o aumento do lucro de clientes e, consequentemente, o do Agente.

Por isso, se você conhece bem seus investidores, as suas necessidades de produtos e consegue explicá-las de maneira adequada, essa pode ser sua vocação.

Como o próprio nome já indica, o Agente Autônomo é seu próprio chefe. Por isso, é fundamental ter perfil empreendedor e não se prender a uma remuneração fixa. Assim, garantindo o sucesso de sua carreira no mercado financeiro.

Qual a diferença entre AAI e gestor de investimentos?

O primeiro passo para entender a diferença entre esses dois agentes de mercado é saber que em nenhuma hipótese um agente autônomo poderá gerenciar a carteira de investimentos de seus clientes.

Por essa razão, para que ele possa comprar ou vender qualquer ativo da carteira de seus clientes será necessário pedir autorização.

Importante lembrar, ainda, que o AAI não poderá delimitar ou induzir o investidor a alocar os recursos em determinados ativos, validando ou não a qualidade deles, além de ser essencial que a inscrição na CVM do agente autônomo de investimentos esteja correta para que ele possa atuar.

Por outro lado, o gestor de investimentos, que deve possuir a Certificação de Gestores ANBIMA, conhecida no mercado como CGA, possui a prerrogativa de alocar os recursos de seus clientes levando em consideração as suas opiniões e teses de investimento.

Portanto, o AAI realiza, de modo geral, apenas um serviço consultivo, explicando aos clientes como funcionam os produtos e tirando suas dúvidas a respeito do mercado.

Vale a pena trabalhar como agente autônomo de investimentos?

O crescimento do interesse da população por investimentos fez com que a demanda por profissionais que atuam no mercado crescesse de forma exponencial, seja para os cargos mais comerciais, como é o caso do AAI, mas também para os mais analíticos como os cargos de analistas.

Fica melhor.

Dessa maneira, a atividade do agente autônomo de investimento apresenta elevada demanda de profissionais e, por ser uma função que necessita de muito conhecimento sobre produtos e investimentos e mercado, existem muitas vagas e poucos profissionais com elevado conhecimento.

Assim, se você possui um espírito empreendedor, gosta do mercado financeiro, tem domínio a respeito dos temas macroeconômicos e microeconômicos, perfil comercial e habilidades de persuasão, essa é a profissão certa para você.

Importante salientar, que para ter sucesso como agente autônomo de investimentos é essencial atender os clientes sempre com muita honestidade sobre os produtos de investimento, evitando ao máximo o conflito de interesses, pois dessa forma você ganha credibilidade e a possibilidade de ser indicado para amigos e familiares.

Qual o futuro dos Agentes Autônomos de Investimento?

O crescimento do mercado financeiro e o maior número de investidores em bolsa de valores são os pontos cruciais no que versam as possibilidades e a demanda por agentes autônomos de investimento.

Além disso, existe uma infinidade de pessoas que estão presas aos produtos dos bancos e que não tem ao seu lado uma assessoria personalizada, o grande diferencial dos AAIs.

Por esses motivos, o futuro dos Agentes Autônomos é muito promissor, principalmente com as possibilidades de atuação remota, o que lhes permite maior autonomia.

Assim, por conta do futuro cada vez mais tecnológico e o aumento de informações sobre investimento, o que vem aumentando o conhecimento sobre educação financeira, o Agente Autônomo tende a ser demandado cada vez mais.

Vale lembrar que a graduação em cursos de Economia, Administração ou Contabilidade é benéfica para esses profissionais. No entanto, não é essencial como a certificação ANCORD. Em resumo, com a formação adequada, prospecção efetiva de clientes e esforço em se manter atualizado, é possível ter bastante sucesso sendo um Agente Autônomo de Investimento.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).