Risco Operacional: entenda o que é e quais as suas consequências

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O risco, mensurado via probabilidades, representa as chances de um evento impactar de forma negativa um investimento. Nesse sentido, o risco operacional é um dos mais variados tipos de risco que o investidor está exposto.

Assim, principalmente quando falamos de investimentos, entender como funciona o risco operacional e seus impactos para as empresas, deve ser um dos fatores determinantes na escolha de ativos para sua carteira.

O que é risco operacional?

Os risco operacional é um dos possíveis riscos que investidores, empreendedores e gestores podem incorrer e que podem levar a algum tipo de perda ou de prejuízo.

De modo geral, essa forma de risco, ao qual esses agentes estão expostos, está relacionado a falhas, processos inadequados ou alguma deficiência dentro da empresa.

Dessa maneira, os riscos operacionais podem ser, por exemplo:

  • Desvios de conduta;
  • Fraudes, sejam elas internas ou relacionadas a algum fornecedor;
  • Segurança;
  • Erro humano nos processos.

Assim, ao se expor a esses riscos, a empresa pode incorrer em problemas financeiros e, até mesmo de imagem, relacionados a sua reputação.

Quais são os tipos de riscos operacionais?

Para saber identificar se uma empresa apresenta ou apresentou, em algum momento, riscos operacionais, é importante entender quais são os seus tipos.

De forma resumida, é possível a uma firma enfrentar 5 exemplos de risco operacional:

  1. Fraude;
  2. Falhas de segurança;
  3. Falhas humanas;
  4. Falhas nos sistemas, sejam eles ligados direta ou indiretamente ao processo produtivo;
  5. Falhas estruturais.

A fraude pode ocorrer quando pessoas que possuem acesso a informações cruciais e estratégicas do negócio agem de má fé e se utilizam dessas informações para realizar superfaturamento ou, até mesmo, realizar mudanças nos balanços.

Já as falhas de segurança têm relação com a capacidade da empresa de se manter segura e manter funcionários e produtos seguros contra a invasão de criminosos.

As falhas humanas, talvez aquela que apresenta menor grau de controle, está relacionada aos erros cometidos durante os processos, sejam eles de vendas ou produção.

As falhas nos sistemas, que podem ser relacionadas ou não ao processo produtivo, uma vez que é possível que o sistema de segurança apresente falhas, está ligado as máquinas, as quais podem parar de funcionar e atrapalhar a cadeia de produção.

Por fim, podem existir falhas ligadas a estrutura da empresa, as quais podem impactar de forma significativa a segurança dos funcionários, clientes e visitantes.

Risco operacional nas instituições financeiras

Apesar de presentes nos mais variados tipos de empresas e negócios, quando se fala em instituição financeira, os riscos acima mencionados podem acarretar prejuízos enormes, tanto para os clientes quanto para a própria instituição.

Casos de erros operacionais em bancos ou cooperativas, por exemplo, a depender de quais são e de sua magnitude, podem impactar significativamente as receitas e aumentar vertiginosamente os casos de inadimplência nessas instituições.

Portanto, essas empresas devem manter níveis elevados em seu quadro de pessoal, principalmente em suas equipes jurídicas e de compliance, para que seja possível reduzir os riscos de fraude, principalmente.

Assim, tanto para as instituições financeiras quanto para as demais empresas, é primordial entender como mitigar o risco operacional.

Como mitigar o risco operacional?

Uma vez que as empresas têm seus processos cada vez mais ligados a internet, utilizada em todas as fases do processo produtivo, ela é um dos maiores vetores de risco operacional.

Quando falamos de instituições financeiras, as quais estão cada vez mais oferecendo funcionalidades online, manter um sistema de internet redundante e obter mais de um servidor é o principal meio de reduzir as chances de incorrer com erros operacionais.

No que versa os riscos de falhas humanas, independente do ramo em que a empresa está inserida, a melhor forma de mitigá-lo é via aumento de treinamentos e capacitações.

Por fim, pensando nos riscos ligados a segurança, é essencial investir em sistemas confiáveis e, para o caso de bancos e cooperativas, manter seus equipamentos de portas giratórias em perfeito funcionamento.


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Como ele impacta os investimentos?

Agora que o risco operacional já é conhecido, bem como as formas de reduzi-lo, é notório que ele pode gerar efeitos sobre os investidores, principalmente em relação a cotação dessas empresas em bolsa de valores.

Assim, casos de fraude ou de falhas de segurança tendem a impactar de forma significativa a imagem da empresa, causando um sentimento de aversão nos investidores, o que culmina na queda das cotações das ações e, dessa maneira, prejuízos financeiros.

Importante lembrar, que não existe a possibilidade de impactos do risco operacional apenas nos investimentos de renda variável, títulos de renda fixa também são impactados quando escândalos de fraude ou falhas chegam ao mercado.

Um dos exemplos mais famosos e recentes, relacionado aos riscos operacionais, foi o caso de Brumandinho.

A falha operacional que ocorreu na barragem de Brumadinho fez com que as cotações da Vale derretessem, causando sérios prejuízos ambientais e para os investidores.

Por que é importante conhecer o risco operacional?

Conhecer o risco operacional e entender seus impactos para o negócio e para os investimentos é essencial, uma vez que ao saber da sua existência e desdobramentos será possível se preparar para eles.

Dessa forma, como ele tem sua raiz ligada a segurança e, essa é uma das componentes mais importantes para um negócio se manter vivo, ele deverá fazer parte da etapa de escolha de investimentos dos agentes de mercado.

Isso ocorre, principalmente, quando se fala em ativos de renda variável, os quais já apresentam uma maior volatilidade, intrínseca a suas características.

Por isso, ao analisar o investimento em companhias que já apresentam um histórico de acontecimentos ligados ao risco operacional, como é o caso da Vale, o investidor deverá alocar um fator de risco maior a empresas desse tipo.

Ao fazer isso, ele irá exigir um prêmio de risco maior da ação, além de que, quando o mercado como um todo faz o mesmo, a pressão para que a empresa corrija esses possíveis riscos aumenta e ela só vê uma saída, implementar sistemas para mitigar o seu risco operacional.

 

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).