Gestor de fundos: saiba tudo sobre a profissão que mais remunera no país

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O gestor de fundos é o profissional responsável por cuidar da alocação do patrimônio dos agentes dentro dos fundos de investimentos.

Assim, o gestor de fundos tem a responsabilidade de lidar com quantias volumosas de recursos alocando-os de forma a cumprir a estratégia de investimentos.

Qual é a função do gestor de fundos?

O gestor de fundos tem como principal atribuição gerenciar o fluxo de entrada e saída de recursos de um fundo de investimentos, sempre com base na estratégia de investimentos delimitada nos documentos do fundo.

Esses profissionais possuem alto conhecimento sobre todos os produtos do mercado e precisa da certificação CGA para que atue na gestão dos recursos, que podem vir tanto de pessoas físicas quanto de institucionais e famílias com maiores patrimônios.

Por ser o responsável pela alocação dos recursos, o gestor apresenta muita responsabilidade, uma vez que ele tem que gerenciar patrimônios que chegam à casa do bilhão.


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Qual a diferença de um gestor e um administrador de fundos?

Na estrutura de um fundo de investimentos existem alguns agentes, dentre eles o gestor e o administrador.

O administrador é uma pessoa jurídica que tem autorização da Comissão de Valores Mobiliários e que deve cuidar de todos os movimentos cotidianos dentro de um fundo de investimentos.

Assim, enquanto o gestor de fundo de investimento é responsável por toda a parte de alocação dos recursos e, principalmente, pela divulgação e implementação da filosofia de investimentos, o administrador tem funções mais operacionais.

Dentre essas funções estão:

  1. Prestação de informações aos cotistas;
  2. Gerenciar todos os serviços;
  3. Constituir o fundo e fazer o seu registro junto a CVM;
  4. Elaborar atas de todas as assembleias.

Dessa forma, o gestor é quem irá comprar e vender os ativos e o administrador será responsável por cuidar dos assuntos mais gerais do fundo.

Quanto ganha um gestor de fundos?

O salário do gestor de fundos apresenta, basicamente, duas origens: a taxa de administração e a taxa de performance.

A taxa de administração é aquela mais comum e recorrente na remuneração de um gestor, uma vez que ela é paga independente da vontade dos cotistas do fundo.

Geralmente ela varia de 1% a 2% ao ano e incide sobre o patrimônio líquido do fundo, sendo provisionado diariamente.

Importante frisar, que com uma taxa de administração maior, o que se entende é que a gestão do fundo é mais complexa, ou seja, demanda maior conhecimento e, portanto, deve ser melhor remunerada.

Por outro lado, a taxa que tende a remunerar de forma mais expressiva um gestor de fundos é a de performance, que está relacionada a capacidade do gestor de superar o benchmark do fundo.

Esse benchmark é na maior parte das vezes o CDI, entretanto pode ser o IPCA e, para os fundos de ações, o Ibovespa.

A taxa de performance funciona da seguinte maneira: no caso de o CDI subir 10% e o fundo subir 15%, o investidor tem que pagar ao gestor 20% do que excedeu o benchmark do fundo.

Assim, o fundo receberá 1% dos 5% que excedeu de rentabilidade em relação ao seu benchmark.

Importante lembrar, que fundos passivos não podem cobrar taxa de performance. Assim, a remuneração do gestor é apenas a taxa de administração.

O que é preciso para ser gestor de investimentos?

Para atuar em Gestora de fundos, o profissional deverá, além de possuir muita experiência no mercado e conhecimento sobre todos os produtos de investimentos, conquistar a Certificação de Gestores ANBIMA (CGA).

A certificação, apesar de ser muito mais regulatória, garante ao profissional uma boa base de conhecimentos, entretanto só ela não irá garantir o sucesso de um gestor.

Por essa razão, esse profissional demanda muitas horas de estudos e principalmente, de conhecimento prático, uma vez que a tomada de decisão na alocação dos recursos é uma das atividades que mais demandam conhecimento.

Assim, por conta do caráter complexo da profissão, a prova de certificação é entendida por muitos, como uma das mais difíceis, superando até mesmo as certificações como o CFP.

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Quais são as outras características para ser um gestor de fundos?

Como dito anteriormente, para conseguir atuar na gestão de fundos de investimentos, apenas a certificação não é tudo.

Por isso, o conhecimento de mercado prático faz tanta diferença no momento de atuar com a gestão de ativos.

Entretanto, muito além do conhecimento de mercado, o gestor deve possuir as seguintes características, caso deseje ter sucesso nesse ramo tão disputado e em constante evolução:

  • Mente aberta;
  • Versatilidade;
  • Excelente comunicação, tanto verbal quanto escrita;
  • Controle emocional e confiança nas suas estratégias;
  • Alto conhecimento da estrutura das operações que irá montar.

Para conseguir alcançar bons resultados tanto para o fundo quanto para os cotistas, o gestor deve entender que estar com a mente aberta é o primeiro passo para ter sucesso nesse mercado.

Isso ocorre, uma vez que na jornada de gestão muitos acontecimentos podem ir contra a sua estratégia e, com isso, possuir a mente aberta para novas ideias é essencial.

Soma-se a isso, a versatilidade para saber qual o ativo é melhor para cada momento do ciclo econômico e do mercado, para alocar da melhor forma possível os recursos.

Além disso, como gestor é um dos porta vozes do fundo, possuir excelente comunicação irá proporcionar um melhor entendimento das suas estratégias e decisões, o que lhe permite ganhar a confiança dos investidores.

Na linha da comunicação, para ganhar confiança dos cotistas, é fundamental possuir controle emocional, ainda mais nos momentos em que o mercado está indo contra a sua posição.

Por fim, alto conhecimento do mercado e das estruturas das operações permitem que o gestor tome melhores decisões e saiba os momentos certos de entrar e sair de uma posição.

Com essas características, o gestor de fundos poderá alcançar melhores resultados e, consequentemente, permitir melhores rentabilidades aos cotistas.

Guilherme Almeida
Guilherme Almeida
Bacharel em Economia e Especialista em Finanças Corporativas e Mercado de Capitais pelo Ibmec-MG. Mestrando em Estatística pela UFMG, atua como professor, palestrante e porta voz das áreas de economia e finanças, tendo concedido mais de mil entrevistas para os principais meios de comunicação. Atualmente, leciona matérias ligadas à Economia e ao Mercado Financeiro em cursos preparatórios para certificações financeiras, além de ser o Economista-Chefe do departamento de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).